quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Amigos leitores:

As provas comentadas de Português encontram-se em pdf no site www.portuguesdobrasil.net.
Um abraço.
Henrique

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

NCE - CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – 2000

Prova comentada pelo professor Henrique Nuno Fernandes


TEXTO 1 - PELES DE SAPOS

Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. Lá elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.
O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros. É um animal voraz, isto é, comilão. Quando adulto chega a comer trezentos besouros por dia.
Sem os sapos, seus inimigos naturais, as mariposas, os besouros e os grilos , proliferaram de maneira assustadora.
Esses insetos invadiram as cidades. Mariposas e besouros concentraram-se em torno dos postes de iluminação pública e também entraram nas casas, causando grandes transtornos. Os grilos, com seu cricri, não deixavam as pessoas dormirem.
Em maio de 1972, na cidade de Iati, em Pernambuco, a população, em uma espécie de mutirão, varreu ruas e calçadas, amontoando principalmente besouros, e também mariposas e grilos mortos, para serem levados por caminhões de lixo. Em apenas três dias, encheram-se mais de oitenta caminhões com esses bichos!
O governo proibiu a caça de sapos e passou a fiscalizar a exportação de suas peles.

Ruth de Gouvêa Duarte

1 - O título do texto, Peles de sapos, representa:

a) o motivo da invasão dos insetos nas cidades;
b) o objetivo econômico dos exportadores;
c) a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas;
d) uma riqueza importante do Nordeste brasileiro;
e) a causa da extinção definitiva dos sapos.

1. Resposta: B – As peles dos sapos eram exportadas para os Estados Unidos, portanto o motivo era econômico.

Comentário:

a) e c) O motivo da invasão dos insetos nas cidades e a razão de ter aumentado o número de grilos e mariposas foram a diminuição de sapos, que se alimentam de insetos, “principalmente de grilos e mariposas”.
d)As peles de sapos eram riqueza apenas dos exportadores desse produto.
e) Não houve uma extinção definitiva dos sapos , mas “uma drástica diminuição da população de sapos nessa região”.

2 - Uma informação conta com uma série de elementos básicos: o que aconteceu, quem participou dos acontecimentos, onde e quando se passaram, como e por que ocorreram os fatos etc. Considerando que o acontecimento básico do texto 1 é a caça aos sapos, assinale a informação que não está presente no texto:

a) onde ocorreu: no Nordeste brasileiro;
b) quando ocorreu: em 1970 e 1971;
c) para que ocorreu: exportação de peles;
d) como ocorreu: armadilhas especiais;
e) conseqüência da caçada: redução da população de sapos.

2. Resposta: D – Em momento algum o texto faz referência ao modo como se deu a caça aos sapos.

Comentário:

a) “houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos”
b) “Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos”.
c) “para que suas peles fossem exportadas”
e) “Isso (a caça aos sapos) levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região”.

3 - Na primeira frase do texto, Nordeste está grafado com letra inicial maiúscula; assinale o item em que a explicação dada para o emprego de letra maiúscula está errada :

a) ....fossem exportadas para os Estados Unidos.. . nomes de países;
b) .Lá elas eram usadas para fazer bolsas.... . palavras que indicam lugares;
c) ....na cidade de Iati....- nomes de cidades;
d) ....em Pernambuco,....- nomes de estados;
e) .Mariposas e besouros concentraram-se....- início de frase após ponto.

3. Resposta: B – Lá grafa-se com letra inicial maiúscula porque está no início de frase.

4 - Assinale a frase em que o vocábulo destacado tem seu antônimo corretamente indicado:

a) ....para que suas peles fossem exportadas....- compradas;
b) ....uma enorme procura por sapos....- imensa;
c) ....levou a uma drástica diminuição da população.... . progresso;
d) .Quando adulto, chega a comer....- filhote;
e) ....seus inimigos naturais,....- adversários.

4. Resposta: D – Antônimo: termo de significação oposta; sinônimo: mesma ou quase a mesma significação. Adulto é um ser que atingiu seu completo desenvolvimento; crescido. Já filhote é cria (para animais), criança (para seres humanos). Assim, os dois termos são antônimos.

Comentário:

a) O vocábulo exportadas significa mandadas para fora de um país; tem como antônimo importadas.
b) “enorme” e “imensa” são sinônimos; seu antônimo é “pequena”, “diminuta”.
c) O antônimo de diminuição é aumento; o antônimo de progresso é decadência, declínio.
e) O antônimo de inimigos é amigos; o de adversários é aliados, partidários.

5 - O sapo se alimenta de vários insetos, principalmente mariposas, grilos e besouros..; o emprego de principalmente nesse fragmento do texto indica que o sapo:

a) também come outros insetos;
b) só come mariposas, grilos e besouros;
c) prefere mariposas a grilos e besouros;
d) não come mariposas, grilos e besouros;
e) só come insetos nordestinos.

5. Resposta: A – Entre vários insetos que os sapos comem, o termo principalmente serve para destacar o que o autor julga como alimento fundamental – mariposas, grilos e besouros.

Atenção para a alternativa c: o fato de os sapos comerem principalmente mariposas, grilos e besouros não significa que eles prefiram esses insetos. A minha comida preferida é massas, porém alimento-me principalmente de arroz e feijão.

6 - Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos. elas eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Isso levou a uma drástica diminuição da população de sapos nessa região.. . Nesse primeiro parágrafo do texto os elementos sublinhados se referem a outros elementos do mesmo parágrafo; assinale a correspondência errada:

a) suas - dos sapos;
b) Lá - Estados Unidos;
c) elas - as peles dos sapos;
d) Isso - bolsas, cintos e sapatos;
e) nessa região - Nordeste brasileiro.

6. Resposta: D – O termo Isso refere-se ao primeiro período do texto (uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos).

Observe o texto com a substituição sugerida: Em 1970 e 1971, houve, no Nordeste brasileiro, uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que (as peles) dos sapos fossem exportadas para os Estados Unidos. (Nos) Estados Unidos as peles dos sapos eram usadas para fazer bolsas, cintos e sapatos. Uma enorme procura por sapos, que eram caçados para que suas peles fossem exportadas para os Estados Unidos levou a uma drástica diminuição da população de sapos (no) Nordeste brasileiro.. .

7 - É um animal voraz, isto é, comilão..; o emprego de isto é nesse segmento do texto mostra que:

a) voraz e comilão são palavras de significados diferentes;
b) o autor empregou erradamente a palavra voraz;
c) o autor quer explicar melhor o significado de voraz;
d) comilão é vocábulo mais raro do que voraz;
e) o autor não está interessado em que o leitor entenda o que escreve.

7. Resposta: C - A expressão isto é visa a ratificar, esclarecer o enunciado anterior.

Comentário:

a) Os termos voraz e comilão têm o mesmo significado.
b) e e) Alternativas descabidas.
d) O termo comilão é mais freqüente do que voraz.

8 - Comilão é uma palavra que pertence, por relação de significado, ao grupo de:

a) comício, cômodo;
b) côncavo, convexo;
c) compadre, comadre;
d) colega, colaborador;
e) comida, comestível.

8. Resposta: E - Os termos comilão, comida e comestível são palavras cognatas, ou seja, provêm do mesmo radical: –com (comilão: que come muito; comida: o que se come, ação de se comer; comestível: que se come, que é bom para comer).

Nas demais alternativas, o prefixo latino com (com, co) significamjunto, companhia.

9 - Abaixo estão colocados 5 fatos relacionados ao conteúdo do texto; indique o item em que esses fatos foram colocados em ordem cronológica, ou seja, na ordem em que aconteceram, segundo o texto:

I . houve proibição da caça aos sapos;
II . houve diminuição da população dos sapos;
III . houve exagerado aumento na população de insetos;
IV . houve uma intensa caça aos sapos;
V . ocorreram problemas em Pernambuco.

a) I . II . III . IV . V;
b) V . IV . III . II . I;
c) I . II . III . V . IV;
d) II . IV . V . III . I;
e) IV . II . III . V . I.

9. Resposta: E – A ordem cronológica obedece a uma relação de causa (motivo) e conseqüência (efeito): a intensa caça aos sapos (IV) provocou a diminuição da população dos sapos (II). Com isso, houve exagerado aumento na população de insetos (III) – lembre-se de que os sapos se alimentam de insetos. Esse aumento exagerado de insetos causou problemas em Pernambuco (V). Por causa desse problema, a conseqüência foi a proibição da caça aos sapos (I).

10 - O vocabulário relacionado aos humanos e aos animais varia: assim, o grilo não tem voz (como os humanos), mas cricri. Assinale o item em que a correspondência entre vocábulos humanos e animais não está correta:

a) pés . patas;
b) mãos . garras;
c) nariz . focinho;
d) boca . goela;
e) filho . filhote.

10. Resposta: D – As palavras boca e goela relacionam-se aos humanos e aos animais; boca é a cavidade ou abertura por onde os homens e outros animais ingerem os alimentos; goela significa garganta.

11 - A mensagem que se pode entender do texto 1 é:

a) a matança indiscriminada de animais pode causar desequilíbrios ecológicos;
b) a economia do país está acima do bem-estar da população;
c) a união da população não resolve muitos de nossos problemas;
d) os insetos são inimigos dos homens;
e) o governo não cuida da proteção aos animais.

11. Resposta: A – A caça aos sapos causou um enorme desequilíbrio ecológico, provocando um assustador aumento de insetos.


TEXTO 2 - LÓGICA DA VINGANÇA

No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência, que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão violento como agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas, há dez, vinte ou trinta anos, a vida era mais segura, certos valores eram mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar.
Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas diversas dimensões em que pode ser interpretada. Se ampliarmos o tempo histórico, por exemplo, ela poderá se mostrar incorreta.
Em um dos volumes da coleção História da vida privada, Michel Rouché afirma, em seu artigo sobre a criminalidade na Alta Idade Média (por volta do século VI), que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora. Segundo esse autor, naquela época, .cada qual via a justiça em sua própria vontade., e o ato de matar não era reprovado - era até visto como sinal de virilidade: a agressividade era uma característica cultivada pelos homens, fazia parte de sua educação.
O autor afirma, ainda, que torturas e assassinatos, bastante comuns naqueles tempos, ocorriam em grande parte por vingança. “Cometido um assassinato, a linhagem da vítima tinha o imperioso dever religioso de vingar essa morte, fosse no culpado, fosse num membro da parentela”. Realizada a vingança e assassinado o culpado da primeira morte, a mesma lógica passava a valer para parentes deste, que deveriam vingá-lo, criando assim uma interminável cadeia de vinganças, que podia estender-se por várias gerações.

A. Buoro / F. Schilling / H. Singer / M. Soares

12 - Deduz-se do texto que:

a) a violência está presente em todas as épocas;
b) a vingança era legal antigamente;
c) antigamente a vida era menos segura;
d) devemos fazer justiça com as próprias mãos;
e) antigamente não havia leis contra a violência.

12. Resposta: A - O autor mostra que a violência está presente em todas as épocas, não sendo, portanto, um fenômeno somente da atualidade. Para confirmar sua tese, o autor cita dados sobre criminalidade na Alta Idade Média, baseados “em um dos volumes da coleção História da vida privada, Michel Rouché”.

Comentário:

b) Não se deduz do texto que a vingança era legal antigamente; o que se afirma é que era bastante comum: “O autor afirma, ainda, que torturas e assassinatos, bastante comuns naqueles tempos, ocorriam em grande parte por vingança”. Atualmente também há vingança, mas, nem por isso, ela é legal.
c) Embora haja a afirmação de que “se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora”. Só isso não significa que a vida era menos segura. Em outras palavras, o texto não afirma que a vida de antigamente era mais ou menos segura que a de hoje.
d) Em nenhum momento do texto se deduz que devemos fazer justiça com as próprias mãos.
e) O texto não fala sobre a existência ou não de leis contra a violência. Afirma apenas que a vingança (um dos muitos itens relacionados à violência) era comum; não menciona que era legalizada.

13 - O uso de aspas, em alguns segmentos do texto, indica que:

a) devem ser lidos com mais atenção;
b) são reproduções do texto de outro autor;
c) foram traduzidos de outra língua;
d) correspondem a textos antigos;
e) mostram o mais importante do conteúdo.

13. Resposta: B – No texto, as aspas indicam a transcrição fiel de um trecho de Michel Rouché.

14 -No nosso cotidiano....; o vocábulo cotidiano, nesse caso, corresponde a:

a) mundo atual;
b) atividade profissional;
c) relações familiares;
d) nas notícias dos jornais;
e) dia-a-dia.

14. Resposta: E – Cotidiano significa dia-a-a-dia (substantivo).

Obs.: A expressão dia a dia é locução adverbial e significa diariamente: Ele estuda dia a dia.

15 - Quando no texto se usa a forma da primeira pessoa do plural, em "No nosso cotidiano, estamos tão envolvidos com a violência....", isto se refere a:

a) todos os cidadãos do Rio de Janeiro;
b) cidadãos que foram vítimas da violência;
c) vítimas do trânsito;
d) ele mesmo e aos leitores, em geral;
e) cidadãos de hoje e de antigamente.

15. Resposta: D – O uso da primeira pessoa do plural cria uma cumplicidade do autor com os leitores, isto é, há interesse em que os leitores adiram à tese do autor.

16 - O autor citado no texto diz que os assassinatos eram bem mais comuns na época antiga do que agora, mas isto só pode ser afirmado:

a) porque naquela época não havia estatísticas de registro de crimes;
b) levando-se em consideração a proporção populacional das duas épocas;
c) porque hoje não é mais aceita a lógica da vingança;
d) se acreditarmos no que nos dizem os mais velhos;
e) considerando-se que a população antiga era mais violenta que a atual.

16. Resposta: B – A resposta está neste trecho: “se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à população mundial de então, com o dos dias atuais, veríamos que antes eles eram bem mais comuns do que são agora”.

Comentário:

a) Não se fala em estatísticas.
c) Não se fala em lógica da vingança na atualidade.
d) Se acreditarmos no que dizem os mais velhos, a violência atual é maior do que a de antigamente.
e) Não se diz que a população antiga era mais violenta do que a atual; o que era muito comum era a violência por vingança.

17 - ....que, se fôssemos comparar o número de assassinatos que ocorriam naquele período, proporcionalmente à ....; nesse segmento do texto, o vocábulo que não indica tempo é:

a) período;
b) então;
c) dias atuais;
d) antes;
e) proporcionalmente.

17. Resposta: E – O vocábulo proporcionalmente indica o modo como faríamos a comparação.

18 - Segundo esse autor....; o vocábulo correspondente a segundo, nesse caso, é:

a) para;
b) quando;
c) conforme;
d) se;
e) embora.

18. Resposta: C – O termo segundo indica conformidade (de acordo com), podendo ser substituído por conforme.

Comentário:

a) O vocábulo para, no contexto, indicaria relação, o que modificaria o sentido.
Veja um emprego adequado de para: Para aquele homem, a vida era uma festa.
b) Quando indica tempo. A frase ficaria gramaticalmente incorreta.
d) Se indica condição. A frase ficaria gramaticalmente incorreta.
e) Embora indica concessão. A frase ficaria gramaticalmente incorreta.

19 - ....o ato de matar não era reprovado.... equivale a:

a) o ato de matar não tinha aprovação;
b) merecia reprovação o ato de matar;
c) o ato de matar não era aprovado;
d) sofria reprovação o ato de matar;
e) não havia reprovação para o ato de matar.

19. Resposta: E – Se o ato de matar não era reprovado, significa que não tinha reprovação.

Obs.: Com o verbo ser (ou estar) achamos adjetivos; com o verbo ter, substantivos abstratos: Sou alegre, feliz, resoluto (adjetivos); tenho alegria, felicidade, resolução (substantivos abstratos).

Comentário:

a) O ato de matar tinha aprovação.
b) Não merecia reprovação o ato de matar.
c) O ato de matar era aprovado.
d) Tinha aprovação o ato de matar.

20 - O segmento "estamos tão envolvidos" equivale a "temos tanto envolvimento"; o item em que essa equivalência é dada de forma incorreta é:

a) a vida era mais segura - tinha mais segurança;
b) valores eram mais respeitados - tinham mais respeitabilidade;
c) eles eram bem mais comunicativos - tinham mais comunidade;
d) o ato de matar não era reprovado - não tinha reprovação;
e) a violência era mais intensa - tinha mais intensidade.

20. Resposta: C – Corrigindo: eles eram bem mais comunicativos - tinham mais comunicação.

21 - Vingança corresponde ao adjetivo vingativo, assim como:

a) violência corresponde a violento;
b) morte corresponde a mortandade;
c) tempo corresponde a tempestade;
d) religião corresponde a religiosidade;
e) parente corresponde a parentela.

21. Resposta: A –
Reveja a observação da questão 19: ter vingança – ser vingativo.

Nas demais alternativas , todos os termos são substantivos.

22 - ....uma interminável cadeia de vinganças....; o adjetivo interminável corresponde a:

a) que não há termos que a descrevem;
b) que não sofre penas ou sanções;
c) que não tem fim;
d) que já terminou há algum tempo;
e) que só terminará no futuro.

22. Resposta: C – O adjetivo interminável significa que não tem termo, que não tem fim, infinito.

23 - Parentela é termo coletivo específico para parentes; o vocábulo abaixo, que também apresenta valor coletivo específico é:

a) pilha;
b) monte;
c) cancioneiro;
d) grupo;
e) hipódromo.

23. Resposta: C - Cancioneiro é coletivo específico de canções.

Comentário:

Os coletivos das demais alternativas não são específicos:

a) pilha - de coisas (pratos, livros, roupas, etc.);
b) monte – de coisas (terra, maçãs, etc.);
d) grupo – de pessoas ou coisas (alunos, velhos, de casas, etc.);
e) hipódromo – não é coletivo; significa local em que se realiza corridas de cavalos.

24 - Realizada a vingança e assassinado o culpado....; o segmento que não poderia ser colocado, de forma adequada, no início desse trecho é:

a) Assim que tiver sido;
b) Após;
c) Depois de;
d) Logo que tinha sido;
e) Mal.

24. Resposta: A - As formas verbais realizada e assassinado indicam, no período, tempo passado. Para que o segmento Assim que tiver sido fosse colocado no início desse trecho, o verbo da oração principal deveria ir para o futuro. Mesmo assim, o sentido seria prejudicado: Assim que tiver sido realizada a vingança e assassinado o da primeira morte, a mesma lógica passará a valer para parentes deste, que deverão vingá-lo, criando assim uma interminável cadeia de vinganças, que poderá estender-se por várias gerações.

25 - O fragmento de texto abaixo que não contém nenhum tipo de intensificação é:


a) ...estamos tão envolvidos com a violência,...;
b) ...o mundo nunca foi tão violento como agora...;
c) ...pelos que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas...;
d) ...bastante comuns naqueles tempos...;
e) ...cada coisa parecia ter o seu lugar...

25. Resposta: E - Intensificação corresponde à superlativação, isto é, exprime uma qualidade em grau muito elevado ou no mais alto grau. Na alternativa a, não há qualquer intensificação.
Obs.: Geralmente, a intensificação é feita com advérbios de intensidade.

Comentário:

Nas demais alternativas há advérbios de intensidade:

a) tão;
b) tão;
c) mais
d) bastante

NCE – BNDES - ANÁLISE DE SISTEMAS – 2005 – NÍVEL SUPERIOR

Prova comentada por Henrique Nuno Fernandes

1 - Em texto da Folha de São Paulo, um morador das margens de uma grande rodovia declarava o seguinte:

Hoje já passaram por aqui milhares de caminhões e automóveis, mas eu e minha família já estamos habituados com isso; os garotos até brincam, jogando pedra nos pneus.

Há, nesse texto, um conjunto de palavras cujo significado depende da enunciação, ou seja, da situação em que o texto foi produzido. Entre as alternativas abaixo, aquela que indica um termo que NÃO está nesse caso é:

a) hoje;
b) aqui;
c) eu;
d) minha família;
e) isso.

1. Resposta: E – O pronome “isso” não depende da situação em que o texto foi produzido; refere-se ao que foi falado anteriormente (ao fato de já terem passado, naquele dias, milhares de caminhões e automóveis, mas eles estarem acostumados com esse movimento).

Comentário:

Os demais termos são chamados “dêiticos”, ou seja, “assinalam o locutor da enunciação, o interlocutor a quem se dirige a enunciação, o tempo e o espaço; referem-se a entidades, objetos, processos constitutivos do contexto situacional”. (Oliveira & Sardinha)

a) “Hoje” refere-se ao dia em que aconteceu o fato (tempo);
b) “aqui” indica o espaço (lugar) em que o locutor fala;
c) ‘eu” refere-se à pessoa que falou (o locutor - o morador);
d) “minha família” refere-se à família de quem falou (o morador).

2 - O segmento inicial de nosso Hino Nacional diz o seguinte:

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante

Se colocados na ordem direta, os termos desses dois versos estariam assim dispostos:

a) As margens plácidas do Ipiranga ouviram / O brado retumbante de um povo heróico;
b) As margens plácidas ouviram do Ipiranga / O heróico brado retumbante de um povo;
c) As margens plácidas do Ipiranga ouviram / O heróico brado retumbante de um povo;
d) Do Ipiranga as margens plácidas ouviram / O brado retumbante de um povo heróico;
e) Ouviram as margens plácidas do Ipiranga / De um povo o heróico brado retumbante.

2. Resposta: A – A ordem direta é sujeito, verbo e complementos: As margens plácidas do Ipiranga (sujeito) ouviram (verbo) o brado retumbante de um povo heróico ( objeto direto).

3 - Num pequeno texto distribuído por moradores de um condomínio da Zona Sul do Rio de Janeiro apareciam as seguintes frases:

- “os condôminos cujas reclamações o síndico não deu atenção...”
- “os itens que não foram discutidos os pontos principais...”

Sobre essas frases pode-se afirmar, em termos de correção gramatical, o seguinte:

a) as duas frases apresentam perfeita estruturação gramatical;
b) as duas frases apresentam o mesmo tipo de erro gramatical;
c) só a primeira frase apresenta estrutura gramatical inadequada;
d) só a segunda frase apresenta estrutura gramatical inadequada;
e) as duas frases apresentam erros gramaticais de tipos diferentes.

3. Resposta:B – As duas frases apresentam o mesmo tipo de erro gramatical: a colocação do pronome relativo (com ou sem preposição). Correção: os condomínios a cujas reclamações o síndico não deu atenção (dar atenção a) = o síndico não deu atenção a cujas (=suas) reclamações = ...não deu atenção às reclamações do condomínio; os itens cujos pontos não foram discutidos = não foram discutidos seus pontos principais = não foram discutidos os pontos dos itens.

4 - O manifesto do Partido Comunista dizia: “Proletários de todo o mundo, uni-vos!”; se essa mesma frase fosse reescrita com tratamento de “vocês” em lugar de “vós”, a forma verbal do imperativo adequada seria:

a) unem-se;
b) unam-se;
c) unem-nos;
d) unem-vos;
e) une-se.

4. Resposta: B – A frase do enunciado possui o verbo na segunda pessoa do plural (= vós) do imperativo. Com o tratamento de “vocês” (= terceira pessoa do plural), seria: “unam-se”.

Obs.: A segunda pessoa do imperativo, singular e plural, é idêntica à segunda pessoa do presente do indicativo, suprimindo-se o s: tu unes – une (tu); vós unis – uni (vós); as demais pessoas são exatamente iguais às pessoas do presente do subjuntivo: que vocês (= eles) unam – unam vocês.

5 - Falando da Seleção Brasileira de Futebol, um cronista esportivo declarou o seguinte: “Carlos Alberto Parreira deveria fazer o quinteto de Ronaldo, Ronaldinho, Robinho, Adriano e Kaká, com um deles no banco de reservas, pois, assim, teria à sua disposição um substituto de qualidade para possíveis mudanças táticas.”; tal declaração peca por imprecisão, visto que:

a) as mudanças não seriam táticas, mas técnicas;
b) o quinteto seria sempre formado de quatro jogadores;
c) o técnico não pode colocar titulares no banco de reservas;
d) nem todas as mudanças produzem o efeito desejado;
e) o banco de reservas não pode contar com um só jogador.

5. Resposta: B – É óbvio que, se um dos jogadores ficasse no banco de reservas, ficariam em campo apenas quatro jogadores. Nesse caso não se poderia falar em quinteto, mas em quadrado.

6 - A língua portuguesa e os conhecimentos matemáticos nem sempre estão de acordo. A frase abaixo em que a concordância verbal contraria a lógica matemática é:

a) 50% da torcida brasileira gostaram da seleção;
b) mais de três jornalistas participaram da entrevista;
c) menos de dois turistas deixaram de participar do passeio;
d) são 16 de outubro;
e) participaram do congresso um e outro professor.

6. Resposta: C – Na linguagem matemática, “menos de dois” turistas é igual a “um” turista; por essa lógica, teríamos o verbo no singular (um deixou). No entanto, a regra de concordância gramatical diz que quando o sujeito for representado por “mais” (ou “menos”) seguido de numeral, o verbo concorda com o numeral: Menos (mais) de dois deixaram. O mesmo ocorre com “mais de um”. Embora a expressão, na linguagem matemática, denote plural, o verbo concorda com o numeral “um”: Mais de um deixou.

Obs.: Se a expressão “mais de um” vier repetida ou indicar reciprocidade, o verbo vai para o plural: Mais de um homem, mais de uma mulher chegaram / Mais de um carro chocaram-se.

Sobre as outras alternativas:

a) Com porcentagem, o verbo concorda com o numeral ou com o substantivo: gostaram / gostou;
b) Concordância com o numeral: participaram;
d) O verbo concorda com o numeral, se não houver a palavra “dia”: são 16 de outubro.

Obs.: Se houver a palavra “dia”, o verbo fica no singular, concordando com essa palavra: É dia 16 de outubro.

e) com a expressão “um e outro” o verbo pode ficar no singular ou no plural: Um e outro professor participou ou participaram.

7 - “-Senhor Presidente, Vossa Excelência não me tem permitido usar a palavra! – Senhor Deputado, Vossa Excelência poderá falar após dois outros colegas!”. Esse diálogo, ouvido numa das CPIs do Congresso, mostra:

a) a concordância verbal errada com “Vossa Excelência”;
b) a má colocação de pronomes pessoais oblíquos;
c) a mistura indevida de “Senhor” com “Vossa Excelência”;
d) o uso inadequado do tratamento “Vossa Excelência” para deputado;
e) o emprego adequado da norma culta da língua.

7. Resposta: E – Usa-se “Vossa” Excelência quando nos dirigimos à pessoa; “Sua” Excelência, quando falamos sobre a pessoa. Como se trata de um diálogo, o emprego de “Vossa” está correto.

Comentário:

a) A concordância verbal está correta, pois o verbo, com pronomes de tratamento, fica na terceira pessoa: tem.
b) Com locução verbal (auxiliar + principal), estando o principal no particípio e havendo palavra atrativa (não), o pronome oblíquo pode ficar antes do auxiliar: Vossa Excelência não me tem permitido usar a palavra.

Obs.: Sem palavra atrativa, o pronome oblíquo pode ficar antes ou depois do auxiliar: Vossa Excelência me tem permitido usar a palavra OU Vossa Excelência tem-me permitido usar a palavra.
c) Não há mistura indevida de “Senhor” com “Vossa Excelência”. O uso de “Senhor” é uma forma de tratamento cerimonioso; quando nos dirigimos às pessoas pelas suas posições (neste caso, autoridades), usamos a forma de reverência “Vossa Excelência”.
d) Para “deputado”, que é uma autoridade superior, usa-se “Excelência”.

8 - Num relatório de um segurança sobre um incidente ocorrido na entrada de um grande centro comercial estava escrito o seguinte:

Tudo aconteceu a partir do momento que chegaram dois homens com dois altos-falantes e começaram a fazer propaganda de um show na porta do prédio.
Ora, segundo as normas, é proibido, após as 22h, não fazer barulho neste lugar e, porisso, tivemos que expulsar eles.

Há muitos problemas no uso da norma culta por parte do segurança; a alternativa abaixo que NÃO indica corretamente um problema é:

a) a forma plural “altos-falantes”;
b) a grafia de “porisso”;
c) a ausência da preposição “em” antes do pronome relativo “que”;
d) a repetição do numeral cardinal “dois”;
e) o emprego menos adequado de “eles” como objeto direto.

11. Resposta: D – O numeral concorda com o substantivo a que se refere (homens / alto-falantes), portanto não há problema.

Comentário:

a) O substantivo composto “alto-falante” é formado por advérbio (alto) e por adjetivo (falante), portanto somente a segunda palavra varia. Corrigindo: “alto-falantes”.
b) Não existe a palavra “porisso”. O correto é “por isso”.
c) O certo seria: Tudo aconteceu a partir do momento em que chegaram dois homens... ( = dois homens chegaram no (em + o) momento...).
e) Com objeto direto, na norma culta, não se usa “eles”, mas o pronome oblíquo “os”. Correção: ...tivemos que os expulsar (ou expulsá-los.

9 - Nesse mesmo texto da questão 8 há uma incoerência flagrante no seguinte segmento:

a) Tudo aconteceu a partir do momento;
b) chegaram dois homens com dois altos-falantes;
c) começaram a fazer propaganda de um show na porta do prédio;
d) é proibido, após as 22h, não fazer barulho neste lugar;
e) tivemos que expulsar eles.

9. Resposta: D – No texto, afirma-se que “é proibido não fazer barulho”. Ora, se é proibido não fazer barulho, significa que “é permitido fazer barulho”. Na realidade, o que o segurança queria dizer era: ... é proibido fazer barulho.


10 - O filme publicitário mostra um casal muito bem recebido numa agência bancária e se encerra com uma frase: “UNIBANCO. Nem parece banco”. Certamente pretende-se mostrar a superioridade desse banco sobre outros, mas a frase pode permitir também uma leitura que não seria agradável para os bancos, ou seja, a de que:

a) todos os bancos têm a mesma aparência arquitetônica;
b) os bancos tratam também de temas econômicos;
c) os bancos são muito frios na relação com os clientes;
d) os gerentes das agências não atendem os clientes;
e) as pessoas receiam entrar nas agências bancárias.

10. Resposta: C – O filme exibe um casal sendo muito bem recebido, o que, segundo o filme, não é comum (nem parece banco) esse tratamento dado pelos bancos. Dessa forma, o filme, ao exaltar o tratamento oferecido pelo UNIBANCO, diz implicitamente que os outros bancos são frios na relação com os clientes, isto é, não recebem cordialmente os clientes.

As demais alternativas não têm apoio algum no texto.

11 - Uma lata de um conhecido refrigerante traz escrita a seguinte frase: “Mais importante do que a beleza é o conteúdo”. Considerando-se ser essa uma frase publicitária, pode-se inferir que a leitura esperada pelos publicitários é a de que:

a) a lata é bonita, mas mais valioso é o refrigerante;
b) a lata é feia, mas o produto é bom;
c) não importa a embalagem desde que o produto seja bom;
d) a lata não é para ser admirada, mas sim o refrigerante;
e) o refrigerante é ótimo apesar da embalagem.

11. Resposta: A – O objetivo principal da propaganda é convencer o público a consumir o produto. Para isso, deve apresentar argumentos, ou seja, razões (vantagens) para que se consuma esse produto. Claro que a beleza atrai num primeiro momento, mas o mais importante é o conteúdo.

Comentário:

b) e e) A lata não é feia, e, sim, bonita;
c) O autor não nega que a beleza seja importante;
d) Se existe beleza no produto, pode-se admirá-la;

12 - Uma creche de São Paulo mandou fazer uma faixa – colocada na fachada do prédio – com os seguintes dizeres:
“Ame-os e deixe-os!”. Sobre os dizeres contidos nessa faixa, só NÃO se pode dizer que:


a) há uma aparente contradição lógica entre os termos do período;
b) os dizeres recordam uma frase da época do “milagre brasileiro”:”Brasil, ame-o ou deixe-o!”;
c) a conjunção “e” substitui uma esperada conjunção “mas”;
d) o pronome “os” refere-se a “filhos”;
e) a creche reconhece a impossibilidade de amar como os pais.

12. Resposta: E – A creche não afirma que é impossível amar como os pais. Se ela tenta convencer os pais a deixar os filhos, é porque também os ama.

Comentário:

a) Aparentemente há uma contradição lógica entre os termos do período: se os amamos, não devemos abandoná-los (deixe-os). Na realidade, o objetivo dessa mensagem é convencer os pais das crianças a deixá-las na creche, pois ali serão muito bem tratadas. Poderíamos reescrever esse texto desta forma: Ame seus filhos, mas deixe-os conosco, pois serão muito bem cuidados.
b) É uma questão de intertextualidade (referência a um texto anterior). Na época do regime militar, circulou intensamente a mensagem ”Brasil, ame-o ou deixe-o!” , que significava o seguinte: Não fale mal do governo; se não está satisfeito com ele, vá para outro país.
c) As orações do período indicam oposição, como comentamos na alternativa “e”: Ame-os, mas deixe-os.
d) Por referência exofórica (pelo contexto), o pronome “os” refere-se a “filhos”. Lembremo-nos de que se trata de uma creche.

13 - Uma coluna do jornal Lance dizia o seguinte: “Isto só será possível se o clube transformar-se em empresa, o presidente do clube trabalhar por isso e o torcedor reaver a confiança no time”. O erro gramatical presente nesse segmento de texto é:

a) o emprego de “isso” por “isto”;
b) a não repetição da conjunção “se”;
c) o emprego de “reaver” por “reouver”;
d) a má colocação do advérbio “só”;
e) a grafia “presidente” por “Presidente”.

13. Resposta: C – O verbo “reaver” conjuga-se como “haver”: se houver = se reouver.

Comentário:

a) O emprego de “isto” está correto gramaticalmente (= isto que estou dizendo, em referência àquilo de que estamos tratando).
b) Subentende-se a conjunção “se” antes da terceira e da quarta oração. A ausência dessa conjunção não prejudica o sentido.
d) Não há erro de colocação do advérbio “só”.
e) Costuma-se usar “Presidente” (com letra maiúscula) somente em referência ao “Chefe do Estado”.

14 - Uma indicação de como tomar-se determinado medicamento registrava: “tomar dois comprimidos, de dois tipos diferentes a cada duas horas”. A frase, por ser ambígua, pode gerar confusão: tomar um ou dois comprimidos de cada tipo? A frase abaixo que NÃO traz qualquer possibilidade de ambigüidade é:

a) Pedro e José encontraram-se com João;
b) A perturbação do chefe prejudicou o projeto;
c) O gerente falou com o cliente que mora perto do banco;
d) O funcionário, em sua sala, falou com o chefe;
e) Pedro encontrou o irmão entrando na loja.

14. Resposta: D – A expressão “em sua sala” somente se refere “à sala do funcionário”.

Comentário:

a) Houve apenas um encontro entre os três OU houve dois: um – de Pedro com João; o outro – de José com João?
b) O chefe perturbou (atrapalhou) OU o chefe estava perturbado (alterado)?
c) Quem mora perto do banco, o funcionário ou o chefe?
e) Quem estava entrando na loja, Pedro ou o irmão?

Vejamos agora as frases sem qualquer ambigüidade:

a) Pedro, José e João encontraram-se. (encontraram-se os três simultaneamente)
b) O fato de o chefe estar perturbado prejudicou o projeto.(o chefe estava perturbado)
c) O gerente, que mora perto do banco, falou com o chefe. (o gerente mora perto do banco)
e) Pedro, ao entrar na loja, encontrou o irmão. (Pedro entrava na loja)

15 - A alternativa em que as duas formas da frase NÃO apresentam o mesmo significado é:

a) O presidente deseja ser admirado pelos eleitores / O presidente deseja a admiração dos eleitores
b) O gerente pretende ser promovido a diretor / O gerente pretende a promoção do diretor
c) O guarda teme ser capturado pelos traficantes / O guarda teme sua captura pelos traficantes
d) O jogador queria ser denominado “Rei” / O jogador queria a denominação de “Rei”
e) A rainha prefere ser amada pelos súditos / A rainha prefere o amor dos súditos

15. Resposta: B – Correção: O gerente pretende a sua promoção.

Nas demais alternativas houve a transformação da oração reduzida em forma nominal (nome – substantivo), sem alteração de sentido.

16 - Na frase “Ou vai ou racha!”, a conjunção OU tem o mesmo valor significativo que apresenta na seguinte frase:

a) O turista compreendia inglês ou francês com facilidade;
b) As vaias ou os aplausos não perturbaram o presidente;
c) O empregado faz o que deve ou perde o emprego;
d) Na hora da premiação, chorava ou ria;
e) Morávamos no segundo ou no terceiro andar.

16. Resposta: C – Tanto no enunciado, quanto na alternativa c, a conjunção ou expressa exclusão (uma só escolha): se não vai, racha / se o empregado não faz o que deve, perde o emprego.

Comentário:

Nas outras alternativas, a conjunção “ou” indica “inclusão” (os elementos somam-se); o conectivo poderia ser substituído por “e”.

a) O turista compreendia inglês ou francês com facilidade (compreendia os dois idiomas);
b) As vaias e os aplausos não perturbaram o presidente( perturbavam-no as duas manifestações – vaias e aplausos);
d) Na hora da premiação, chorava e ria (chorava e ria ao mesmo tempo);
e) Morávamos no segundo e no terceiro andar (morava nos dois andares.

17 - Os adjetivos mostram qualidades, características ou especificações dos substantivos; a alternativa abaixo em que o termo em negrito NÃO funciona como adjetivo é:

a) difícil aprendizado;
b) sensação de dificuldade;
c) trabalho que é difícil;
d) tarefa dificílima;
e) acesso difícil.

17. Resposta: B – A expressão “de dificuldade” não funciona como adjetivo, visto que não mostra qualidade, característica ou especificação do substantivo, mas completa o sentido do nome “sensação” (chama-se complemento nominal).

Obs.: Não confundir a expressão formada por substantivo precedido de proposição (complemento nominal) com a locução adjetiva, que corresponde a um adjetivo (adjunto adnominal): o complemento nominal é “paciente”; completa sentido de advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato, de valor relativo; já a locução adjetiva (corresponde a adjetivo) é “agente” e caracteriza substantivos concretos, ou abstratos que não necessitam de expressão que lhes complete o sentido.

Exemplos: Tenho a sensação de dificuldade (o substantivo “sensação” precisa de um termo para que seu sentido fique completo = quem tem sensação tem sensação de algo; esse algo – de dificuldade - é complemento nominal).
Fiz a compra da casa (a expressão “da casa” é paciente = a casa foi comprada - complemento nominal).
Vi a compra de meu vizinho (a expressão “de meu vizinho” é agente = o vizinho comprou – adjunto adnominal).
Bebi água da chuva ( o substantivo “chuva” não exige nenhum termo que o complete, é apenas uma característica da “chuva”, portanto “da chuva” é adjunto adnominal)

Nas demais alternativas, o que está sublinhado caracteriza o substantivo, por isso funciona como adjetivo. Na letra c há uma oração adjetiva (iniciada por pronome relativo), que corresponde a um adjetivo.

18 - Uma antiga revista de humor, Pif-Paf, trazia o seguinte slogan: “Cada número é exemplar, cada exemplar é um número!”; nesta frase, as palavras “número” e “exemplar” trocaram:

a) função, classe e significado;
b) somente função e significado;
c) somente função e classe;
d) somente classe e significado;
e) somente classe.

18. Resposta: A – Na primeira oração, “número” é núcleo do sujeito (função), substantivo (classe) e significa “edição”; o termo “exemplar” é predicativo do sujeito (função), adjetivo (classe) e significa “que serve de modelo”, “que é ótimo”. Na segunda oração, “exemplar” é núcleo do sujeito, substantivo e significa “revista”; “número” é predicativo do sujeito, adjetivo e significa “conjunto”, “série de humor”.

19 - Nesta mesma revista Pif-Paf, a apresentação do humorista Fortuna, um dos colaboradores da revista, era feita do seguinte modo:

Fortuna é realmente um humorista nato. Muita gente preferia que ele fosse um humorista morto, mas ele ainda chega lá. Em criança também tinha mania de fazer brincadeiras com os pais, das quais ainda conserva inúmeras cicatrizes. Até hoje continua roxo por uma piada, sobretudo no dia seguinte.

O comentário INCORRETO sobre os constituintes desse pequeno texto é:

a) a oposição entre nato X morto provoca humor, mas não há, de fato, oposição de sentido entre esses adjetivos, em seus contextos;
b) a expressão “ele ainda chega lá” refere-se às possibilidades de sucesso profissional do humorista Fortuna;
c) as cicatrizes a que se refere o texto mostram, no plano humorístico, más conseqüências das brincadeiras do humorista com os pais;
d) A expressão “continua roxo” mostra desejo intenso;
e) a referência ao “dia seguinte” faz referência a possíveis conseqüências de agressões em razão das piadas, no plano humorístico.

19. Resposta: B – A expressão “ele ainda chega lá” refere-se ao fato de que um dia ele vai morrer.

Comentário:

a) As palavras “nato” e “morto” não são opostas. Teríamos oposição, por exemplo, entre “morto” e “vivo”. O vocábulo “nato” significa “de nascença”, “que está por natureza ligado à pessoa”; a morte também está “por natureza ligada à pessoa”, pois todos morreremos.
c) As cicatrizes, no sentido conotativo, significam que as repreensões dos pais, que não gostaram das brincadeiras, ainda hoje o incomodam.
d) O vocábulo “roxo” significa “excessivo”, “desmedido”, “muito intenso”.
e) As pessoas atingidas pelas piadas podem “agredir” o humorista

20 - A frase abaixo faz parte de seção de uma revista de humor:

“Se você é um verdadeiro masoquista.
“Se você realmente adorou esta seção.
“Não perca o próximo número.
“Vai ser muito pior!”

O humor, neste caso, é produzido pelo(pela):

a) crítica feita à própria revista;
b) ambigüidade de termos;
c) relação “masoquista” / “pior”;
d) reconhecimento das próprias falhas;
e) ironia do termo “adorou”.

20. Resposta: C – O humor é produzido pela relação “masoquista” / “pior” porque, se a pessoa é “masoquista”, isto é, que gosta de ser maltratada, vai ser ainda mais maltratada (pior) no próximo número. Existe humor, visto que, em geral, as pessoas não gostam de ser maltratadas; mas, se o leitor gosta, então será maltratado com mais intensidade.

Comentário:

a) Não se deduz que haja uma autocrítica.
c) Os termos são claros, não provocam duplo sentido.
d) A revista não reconhece as próprias falhas. Com a expressão “se você adorou”, presume-se que a revista tenha feito um bom trabalho; com o termo “pior”, subentende-se que ela será muito melhor em relação às piadas masoquistas.
e) O termo “adorou” está usado em sentido denotativo (= gostou muito), ou seja no sentido real, sem sentido ironia.

Prova NCE - Corregedoria Geral da Justiça do Estado do Rio de Janeiro - Poder Judiciário - Técnico Judiciário I - 2005

Prova comentada pelo professor Henrique Nuno Fernandes


A VERDADE E A FANTASIA

Um espectro ronda a Justiça brasileira neste final de ano: a Reforma do Judiciário. Espectro porque a realidade do Judiciário e a necessidade da sua reforma foram, nos últimos meses, deformados pelo “manto diáfano da fantasia”.
Comemoramos o nosso dia (8 de dezembro) sob o fogo cruzado da má-vontade e da desinformação. O Judiciário não pode ser culpabilizado pelo que a mídia chama com exagero de impunidade. A polícia não prende, não investiga e nós, presos à aplicação da lei, pagamos o pato. Além disso, há um cipoal de leis, medidas provisórias e atos normativos que acabam por atravancar nossos corredores.
Temos oferecido à sociedade idéias e propostas de melhoria da prestação de Justiça. Um exemplo: o julgamento virtual, que acelera a tramitação, elimina papel e dispensa deslocamentos de advogados. Quanto ao apregoado controle do Judiciário, pensamos que deveria antes vir de dentro que de fora, pelo ajuste de normas e práticas processuais, bem como pela supervisão sistemática. A autonomia financeira deu ao nosso Tribunal a possibilidade de ser um dos melhores do país: um dos mais ágeis e seguros, em condições objetivas de enfrentar o descrédito geral da Justiça.
A autonomia dos poderes – lembremos ainda uma vez – é a única garantia que temos da estabilidade da República e, em última instância, da continuidade do regime democrático – o pior de todos, com exceção dos outros. Falar em cidadania é falar em Judiciário. Em muitas sociedades tradicionais a norma de estabilidade é a do “poder trava poder”. Ao invés do controle externo, sempre perigoso, talvez se pudesse confiar mais nesse controle sistêmico. De resto, temos à disposição diversos mecanismos endógenos, eficazes, de controle (os tribunais de conta, as corregedorias etc.).
A sociedade global, estimulada pelos formadores de opinião, não tem sido capaz de captar a verdade do Judiciário. Sob um cerco total de má-vontade e desinformação, vemos exageradas as nossas deficiências e erros. “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia” – parodiemos o slogan do velho Eça de Queiroz. E qual é a nossa verdade? Antes de enunciá-la, reconheçamos nossos erros e dificuldades, algumas conjunturais, de mais fácil correção, outras estruturais, mais difíceis. Recente pesquisa da OAB, mostrou que 55% da população mal conhece o Judiciário. E é ela a segunda instituição menos confiável do país.
Nosso programa para o ano que se inicia é, pois, estabelecer a verdade da distribuição de Justiça em nosso Estado e vê-la reconhecida, senão por todos, ao menos pela maioria de nossos concidadãos.

Miguel Pachá – Presidente do TJ/RJ Informativo TJ/RJ e EMERJ, n.12

01 - O texto é claramente argumentativo e se estrutura em torno de uma tese, que é explicitada em:

a) “...a realidade do Judiciário e a necessidade da sua reforma foram, nos últimos meses, deformados pelo ‘ manto diáfano da fantasia’ ”;
b) “...reconheçamos nossos erros e dificuldades, algumas conjunturais, de mais fácil correção, outras estruturais, mais difíceis.”;
c) “Em muitas sociedades tradicionais a norma de estabilidade é a do ‘poder trava poder’ ”;
d) “Nosso programa para o ano que se inicia é, pois, estabelecer a verdade da distribuição de Justiça em nosso Estado...”;
e) “A autonomia dos poderes – lembremos ainda uma vez – é a única garantia que temos da estabilidade da República e, em última instância, da continuidade do regime democrático...”.

1. Resposta: A – Obs.: “Tese - tomada de posição diante de um tema (idéia-núcleo de um texto) que será desenvolvida nos parágrafos seguintes. A tese, em geral , é apresentada na introdução e continua a ser trabalhada ao longo do texto.” (Sarmento & Tufano).
O autor defende a tese de que as críticas ao Poder Judiciário são injustas, apresentando argumentos (justificativas).

Comentário:

b) É uma aceitação parcial de uma crítica ao Judiciário, para em seguida refutá-la.
c) É um argumento em defesa do controle interno do Judiciário.
d) É um argumento em defesa do Judiciário.
e) É um argumento favorável à autonomia dos poderes e contra o controle externo do Judiciário.

02 - No segmento “Reforma do Judiciário”, o termo “do Judiciário” indica um paciente do termo anterior. O item em que o termo sublinhado possui valor diferente é:

a) “aplicação da lei”;
b) “distribuição de Justiça”;
c) “formadores de opinião”;
d) “verdade do Judiciário”;
e) “deslocamentos de advogados”.

2. Resposta: D – Paciente (= complemento nominal) – corresponde ao sujeito paciente, com verbo na voz passiva); Agente (= adjunto adnominal) – corresponde ao sujeito agente, com verbo na voz ativa.
Reforma do judiciário = o Judiciário é reformado (paciente); verdade da Justiça = a Justiça tem verdade (agente).

Comentário:

a) aplicação da lei = a lei é aplicada (paciente);
b) distribuição da Justiça = a Justiça é distribuída (paciente);
c) formadores de opinião = opinião é formada (paciente);
e) deslocamentos de advogados = advogados são deslocados (paciente)

03 - A deformação da realidade do Judiciário e da sua reforma, aludida no primeiro parágrafo do texto, só NÃO aparece referida ou inferida em:

a) “Comemoramos o nosso dia (8 de dezembro) sob o fogo cruzado da má-vontade e da desinformação.”;
b) “A polícia não prende, não investiga e nós, presos à aplicação da lei, pagamos o pato.”;
c) “Além disso, há um cipoal de leis, medidas provisórias e atos normativos que acabam por atravancar os nossos corredores.”;
d) “Sob um cerco total de má-vontade e desinformação, vemos exageradas as nossas deficiências e erros.”;
e) “A autonomia dos poderes – lembremos ainda uma vez – é a única garantia que temos da estabilidade da República e, em última instância, da continuidade do regime democrático – o pior de todos, com exceção dos outros.”

3. Resposta: E – Deformação é um aspecto negativo em relação ao Judiciário. A autonomia dos poderes é um argumento do autor, que está contra o controle externo do Judiciário, portanto é positivo.

Comentário:

a) O autor crítica os que acusam o Judiciário sem argumentos válidos: “sob o fogo cruzado da má-vontade e da desinformação”.
b) O autor se defende das críticas, dizendo que a culpa é da polícia.
c) O autor culpa a legislação, “por atravancar” o Judiciário.
d) A mesma justificativa da alternativa a.

04 - “Um espectro ronda a Justiça brasileira neste final de ano:...”. O dicionário de língua portuguesa de Aurélio Buarque de Hollanda registra uma série de significados para a palavra espectro; em função do texto, o significado dicionarizado mais adequado desse vocábulo no contexto é:

a) “fantasma”;
b) “figura imaterial, real ou imaginária, que povoa o pensamento”;
c) “aparência vã de uma coisa”;
d) “aquilo que constitui ameaça”;
e) “pessoa esquelética, esquálida”.

4. Resposta: D - Obs.: É necessário observar o contexto para verificar o significado das palavras. O vocábulo espectro está usado em sentido conotativo, significando, ameaça à estabilidade da Justiça (aquilo que constitui ameaça). Se substituirmos a palavra espectro, na segunda ocorrência, pelo significado expresso nas alternativas, verificaremos que somente o que está na d é adequado: “aquilo que constitui ameaça” porque a realidade do Judiciário e a necessidade da sua reforma foram, nos últimos meses, deformados pelo “manto diáfano da fantasia”.

05 - “Um espectro ronda a Justiça brasileira neste final de ano: a Reforma do Judiciário.”; o “Guia de uso de Português”, de Maria Helena de Moura Neves, p. 269, aponta alguns casos de emprego de dois pontos. O item que indica o caso adequado ao fragmento destacado do texto é:

a) enumeração;
b) explicitação;
c) explicação;
d) exemplificação;
e) fala de personagem.

5. Resposta: B - Explicitação é esclarecimento, síntese. O autor esclarece que tipo de espectro ronda a Justiça brasileira neste final de ano.

Veja exemplos de uso de dois-pontos, referentes às demais alternativas:

a) enumeração – Tudo o maravilhava: o mar, a montanha, os parques, as pessoas.
c) explicação – (geralmente subentende-se uma conjunção explicativa): Apague a luz: quero dormir (= apague a luz, pois quero dormir.
d) exemplificação – Exemplo de animais vertebrados: boi, cavalo, gato.
e) fala da personagem – “A mãe se preocupando com a inocência dela:
- Quase uma mocinha e até hoje ainda deve acreditar na cegonha.” (A Volta por cima, Fernando Sabino)

06 - O texto é elaborado por um membro do Judiciário e dirigido a profissionais do mesmo espaço profissional; o item que NÃO o comprova é:

a) “Comemoramos o nosso dia (8 de dezembro) sob o fogo cruzado da má-vontade e da desinformação.”;
b) “Sob um cerco total de má-vontade e desinformação, vemos exageradas as nossas deficiências e erros.”;
c) “A sociedade global, estimulada pelos formadores de opinião, não tem sido capaz de captar a verdade do Judiciário.”;
d) “A polícia não prende, não investiga e nós, presos à aplicação da lei, pagamos o pato.”;
e) “Além disso, há um cipoal de leis, medidas provisórias e atos normativos que acabam por atravancar nossos corredores.”

6. Resposta: C – O autor fala sobre a sociedade global, não usando marcas lingüísticas da primeira pessoa do plural.

Comentário:

Nas demais alternativas, o autor usa marcas lingüísticas da primeira pessoa do plural: verbos e o pronome nosso:

a) Comemoramos, nosso;
b) vemos, nossas;
d) nós, pagamos;
e) nossos.

07 - Com o emprego do vocábulo cipoal, no segundo parágrafo do texto, o autor mistura duas idéias:

a) quantidade e dificuldade;
b) complicação e autoridade;
c) irresponsabilidade e confusão;
d) clareza e precisão;
e) legalização e qualidade.

7. Resposta: A – Segundo o dicionário Aurélio, cipoal significa mata abundante de cipós tão enredados que dificultam o trânsito; em sentido figurado, significa situação difícil; dificuldade; complicação. Juntando o sentido denotativo (abundante) com o conotativo (dificuldade), chegamos à alternativa a: grande número de leis, medidas provisórias e atos normativos (=abundante) que acabam por atravancar nossos corredores (= dificuldade)..

08 - Relação EQUIVOCADA entre adjetivo / substantivo é:

a) normativos / norma;
b) eficazes – eficácia;
c) conjunturais – conjectura;
d) tradicionais – tradição;
e) sistêmico – sistema.

8. Resposta: C – O substantivo adequado para o adjetivo conjunturais é conjuntura ( = situação, circunstância).
Obs.: conjeturais – conjetura (= suposição, hipótese).

09 - Etc. é uma expressão latina. O livro “Não perca o seu latim”, de Paulo Rónai, indica vocábulos e expressões latinas bastante comuns em textos jurídicos; o item cujo latinismo tem seu significado INCORRETAMENTE indicado é:

a) alibi – ausência do acusado no lugar do crime, provada pela sua presença noutro lugar;
b) habeas corpus – garantia constitucional outorgada em favor de quem sofre ou está na iminência de sofrer coação ou violência;
c) quorum – número máximo de pessoas presentes necessário para que um órgão funcione;
d) ad hoc – designado para executar determinada tarefa;
e) a priori - anteriormente à experiência.

9. Resposta: C – O termo quorm significa “número mínimo de pessoas presentes exigido por lei ou estatuto para que um órgão coletivo funcione.” (Aurélio)

10 - ETC. é uma forma abreviada de et coetera, que significa “e outras coisas”; a afirmação correta a respeito do uso dessa expressão, segundo o Formulário Ortográfico, é:

a) a forma é sempre seguida de ponto;
b) nunca é precedida de vírgula;
c) só é empregada em relação a pessoas;
d) quando termina a frase, a abreviatura pode ser seguida de ponto final;
e) só é empregada em relação a coisas.

10. Resposta: A – A forma etc. é sempre seguida de ponto.
Obs.: “Se a palavra abreviada aparecer em final de período, este não receberá outro ponto; nesse caso, o ponto de abreviatura marca também fim de período. Ex.: Comprei maçãs, peras, abacates, melões, etc. (e não: etc..)” (Sacconi)

b) A virgula,antes de etc., é facultativa.
c) Pode ser empregada em relação a coisas e a pessoas.
d) A abreviatura é sempre seguida de ponto final. Veja a observação da alternativa a.
e) Pode ser empregada em relação a coisas e a pessoas.

11 - “Temos oferecido...”; esse tempo verbal apresenta, no início do terceiro parágrafo, o seguinte valor:

a) um fato posterior ao momento em que se fala;
b) um fato futuro em relação a um fato passado;
c) um fato passado, visto como concluído;
d) dá atualidade a fatos passados;
e) fatos passados, repetidos no presente.

11. Resposta: E – O pretérito perfeito composto em “Temos oferecido...” exprime uma ação iniciada no passado e que continua no presente ( = oferecemos no passado e continuamos oferecendo no presente).

Obs.: O pretérito perfeito composto é feito do presente do indicativo do verbo ter (ou haver), seguido do particípio do verbo principal.

Exemplos referentes às demais alternativas:

a) Na próxima semana, irei a Curitiba (futuro do presente).
b) Na semana passada, você prometeu que me visitaria (futuro do pretérito).
c) Cila passou as férias em Barcelona (pretérito perfeito simples).
d) A Revolução de 1930 é cuidadosamente planejada para ter início simultaneamente em várias regiões do país (chamado presente histórico ou narrativo, substituindo o pretérito perfeito).

12 - “A polícia não prende, não investiga e nós, presos à aplicação da lei, pagamos o pato.”; esse trecho de nosso texto mostra que:

a) o Judiciário é o único poder que respeita a lei;
b) o Poder Judiciário recebe a culpa de erros alheios;
c) a polícia não está presa à lei;
d) o Poder Judiciário causa inúmeros problemas à polícia;
e) o respeito às leis prejudica a imagem do Poder Judiciário.

12. Resposta: B – A sociedade critica a Justiça por não agir, quando, na realidade, o erro é da polícia que não prende nem apresenta provas.

Comentário:

a) O trecho não diz que o Judiciário é o único poder que não respeita a lei; o que afirma é que só age estritamente dentro da lei.
c) O fato de a polícia não prender nem investigar não significa que não está presa à lei, mas, sim, que é incompetente na sua função.
d) Esta alternativa é absurda,.
e) Não é o respeito às leis que prejudica o Poder Judiciário, mas a incompetência da polícia.

13 - A sigla OAB significa:

a) Organização Advocatícia do Brasil;
b) Ordem dos Advogados do Brasil;
c) Ordem de Assistência a Brasileiros;
d) Organização Assistencial Brasileira;
e) Organização de Advogados Brasileiros.

13. Resposta: B – Como todos sabem, OAB significa Ordem dos advogados do Brasil.

14 - Entre o segundo e o terceiro parágrafos do texto, em função dos significados por eles veiculados, poderíamos inserir o conectivo:

a) apesar de;
b) porque;
c) ainda que;
d) contanto que;
e) nem.


14. Resposta: A – O segundo parágrafo apresenta aspectos que prejudicam o bom andamento do Judiciário. Apesar de (=apesar disso (dos aspectos negativos), a Justiça tem oferecido “à sociedade idéias e propostas de melhoria da prestação de Justiça”. A locução prepositiva apesar de invalida os obstáculos, que são os aspectos negativos, e dá destaque à boa administração.

Comentário:

b) Não há uma relação de causa.
c) O conectivo ainda que invalidaria os aspectos positivos, o que corresponderia à seguinte estrutura: Ainda que (=embora) a Justiça tenha oferecido idéias e propostas de melhoria da prestação de Justiça, é importante destacar os aspectos negativos.
d) O conectivo contanto que expressa condição, possibilidade, o que tornaria o texto incoerente.
e) Não há uma relação de adição, expressa pela conjunção nem, mas de oposição.


15 - O item que apresenta uma afirmação coerente com os vocábulos presentes no título do texto é:

a) a fantasia representa o ideal de Justiça que todos perseguem;
b) a verdade se refere aos exageros da imprensa;
c) a fantasia representa os bons serviços prestados pela Justiça;
d) a verdade se refere aos bons e maus aspectos do Judiciário;
e) a fantasia representa as boas obras não difundidas.

15. Resposta: D – A verdade, segundo o texto, representa a realidade do Judiciário, com aspectos negativos e positivos.

Comentário:

a), b), c) e e) A fantasia se refere, segundo o texto, às críticas (infundadas) daqueles que desejam denegrir a imagem do Poder Judiciário.

16 - “...55% da população brasileira mal conhece o Judiciário.”; uma gramática de língua portuguesa afirma que “quando o sujeito for expresso por número percentual ou fracionário, o verbo concordará com o numeral, mas que é comum, entretanto, encontrarem-se exemplos de frases com o verbo concordando com a expressão que acompanha o numeral”. Nesse caso, podemos dizer que, segundo a orientação gramatical:

a) o autor do texto errou na concordância verbal;
b) o termo “população brasileira” deveria ser colocado no plural;
c) a única forma possível do verbo seria “conhecem”;
d) havia outra possibilidade de concordância verbal;
e) a concordância empregada na frase pertence à linguagem popular.

16. Resposta: D - Segundo a maioria das gramáticas, o verbo pode concordar com o número percentual ou com o substantivo que lhe segue. Assim, a forma verbal pode ser conhece (concordando com população) ou conhecem (concordando com 55).

Comentários:

a) não houve erro.
b) O termo população brasileira tem de ficar no singular.
c) Como vimos, há duas possibilidades de concordância.
e) É culto o verbo concordar com o nome, tratando-se de números percentuais ou fracionários.

17 - Ao dizer que o regime democrático é “o pior de todos, com exceção dos outros”, o autor do texto quer dizer que esse regime:

a) é o pior de todos, em seus modelos atuais;
b) é o pior de todos, historicamente falando;
c) é o pior de todos, comparado aos demais;
d) é o melhor de todos, comparado aos demais;
e) é tão bom quanto os demais.

17. Resposta: D – Se o regime democrático é o pior de todos, com exceção dos outros, significa dizer que os outros são piores do que o regime democrático. Logo, o regime democrático é o melhor de todos. A expressão Com exceção dos outros faz com que o pior signifique o melhor.

18 - O segmento do texto que mostra um equívoco do editor do texto no emprego da vírgula é:

a) “...a realidade do Judiciário e a necessidade de sua reforma foram, nos últimos meses, deformados...”;
b) “...distribuição de Justiça em nosso Estado e vê-la reconhecida, senão por todos, ao menos pela maioria...”;
c) “Recente pesquisa da OAB, mostrou que 55% da população mal conhece o Judiciário.”;
d) “De resto, temos à disposição diversos mecanismos endógenos, eficazes, de controle...”;
e) “...o pior de todos, com exceção dos outros...”.

18. Resposta: C – Não se coloca vírgula entre sujeito e verbo (Recente pesquisa da OAB – sujeito; mostrou – verbo).

Comentário:

a) As vírgulas separam o adjunto adverbial deslocado nos últimos meses.
Obs.: Chama-se adjunto adverbial deslocado quando ele está no início ou no meio da oração.
b) As vírgulas separam o adjunto adverbial deslocado senão por todos.
d) A vírgula separa a expressão denotativa de adição de resto (= além disso).
e) A vírgula separa a expressão denotativa de exclusão com exceção dos outros.

19 - “De resto, temos à disposição diversos mecanismos endógenos, eficazes, de controle...”; a idéia aqui presente se repete aproximadamente em:

a) “Quanto ao apregoado controle do Judiciário, pensamos que antes deveria vir de dentro que de fora...”;
b) “A sociedade global, estimulada pelos formadores de opinião, não tem sido capaz de captar a verdade do Judiciário.”;
c) “Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia”;
d) “A autonomia dos poderes[....] é a única garantia que temos da estabilidade da República...”;
e) “Falar em cidadania é falar em Judiciário.”

19. Resposta: A – O termo endógenos significa que se forma no interior, que vem de dentro. Esta alternativa repete, por outras palavras o sentido do enunciado: “...que antes deveria vir de dentro que de fora...”.

20 - A expressão “lembremos ainda uma vez”, inserida no quarto parágrafo do texto, indica que:

a) essa mesma idéia já foi expressa anteriormente no texto;
b) o autor se refere a uma outra publicação de sua autoria;
c) os leitores esquecem facilmente de coisas importantes;
d) é uma informação importante e de pouco conhecimento dos cidadãos;
e) é um conhecimento que é necessário repetir, dada sua importância.

20. Resposta: E – Por exclusão das demais alternativas, facilmente chegaremos à resposta certa. A intenção do autor é enfatizar que “A autonomia dos poderes é a única garantia que temos da estabilidade da República e, em última instância, da continuidade do regime democrático – o pior de todos, com exceção dos outros”.

Comentários:

a) Essa mesma idéia não foi expressa no parágrafo anterior. No quarto parágrafo falou-se em autonomia financeira: ”A autonomia financeira deu ao nosso Tribunal a possibilidade de ser um dos melhores do país...”
b) O autor não fala em outras publicações.
c) O texto não afirma que os leitores esquecem facilmente coisas importantes.
d) Para o autor, é uma informação importante, mas, em nenhum momento, ele afirma que é de pouco conhecimento dos cidadãos.

21 - A respeito do controle do Poder Judiciário, podemos dizer que a posição do autor do texto é:

a) favorável, desde que esse controle seja interno;
b) favorável, desde que esse controle não seja feito por tribunais de conta, etc;
c) favorável, se não for contaminado por má-vontade e desinformação;
d) desfavorável, pois se perderia a estabilidade da República;
e) desfavorável, porque todo controle é perigoso.

21. Resposta: A – O autor afirma explicitamente que é favorável ao controle, desde que seja interno: “Ao invés do controle externo, sempre perigoso, talvez se pudesse confiar mais nesse controle sistêmico. De resto, temos à disposição diversos mecanismos endógenos, eficazes, de controle (os tribunais de conta, as corregedorias etc.).”

Comentário:

b) Os tribunais de contas são uma forma de controle interno.
c) Sem fundamento.
d) e e) O autor é favorável ao controle.

22 - O item cujo conector sublinhado tem valor semântico de causa é:

a) “...deformados pelo manto diáfano da fantasia.”;
b) “O Judiciário não pode ser culpabilizado pelo que a mídia chama com exagero de impunidade.”
c) “...deveria vir antes de dentro que de fora, pelo ajuste de normas e práticas processuais,...”
d) “A sociedade global, estimulada pelos formadores de opinião,...”;
e) “...vê-la reconhecida, senão por todos, ao menos pela maioria dos nossos concidadãos.”

22. Resposta: B – O que a mídia chama com exagero de impunidade é a causa de o Judiciário não poder ser culpabilizado. Poderíamos reescrever essa frase assim: O Judiciário não pode ser culpabilizado por causa do que a mídia chama de impunidade.

Comentários:

a) Indica o agente da passiva, correspondente ao sujeito da voz ativa (= O “manto diáfano da fantasia”-sujeito da ação – deformou a realidade do Judiciário e a necessidade da sua reforma).
c) Indica o modo deveria vir o controle do Poder Judiciário.
d) Indica o agente da passiva (= Os estimuladores de opinião – sujeito agente – estimulam a sociedade global).
e) Indica o agente da passiva ( =Nosso programa para o ano que se inicia é, pois, estabelecer a verdade da distribuição de Justiça em nosso Estado é ver que, senão todos, ao menos a maioria de nossos concidadãos – sujeito agente – a reconheçam).

23 - Segmento do texto que mostra uma expressão de nível de linguagem bem diferente da formalidade do texto é:

a) “...o pior de todos, com exceção dos outros...”;
b) “E é ela a segunda instituição menos confiável do país.”;
c) “...presos à aplicação da lei, pagamos o pato.”;
d) “E qual é a nossa verdade?”;
e) “Sob um cerco total de má-vontade e desinformação...”

23. Resposta: A – A expressão pagamos o pato é própria da linguagem popular, significando, em linguagem culta, pagamos por aquilo que não devemos.

24 - Em relação aos “mecanismos endógenos”, referidos no 4º. parágrafo do texto, analise os itens a seguir:

I - “...antes vir de dentro que de fora, pelo ajuste de normas e práticas processuais,...”;
II - “Em muitas sociedades a norma de estabilidade é a do ‘poder trava poder’.”;
III - “Ao invés do controle externo, sempre perigoso, talvez se pudesse confiar mais nesse controle sistêmico.”.

Os mecanismos referidos no enunciado correspondem a:

a) I – III;
b) I – II – III;
c) II – III;
d) I – II;
e) III.

24. Resposta: B – Todas as afirmativas se referem a mecanismos endógenos, isto é, que vêm de dentro para fora:

Comentário:

I.Certa – “antes vir de dentro para fora”.
II. e III. Certas – A expressão “poder trava poder” é um mecanismo endógeno, isto é , interno: “Em muitas sociedades tradicionais a norma de estabilidade é a do “poder trava poder. Ao invés do controle externo, sempre perigoso, talvez se pudesse confiar mais nesse controle sistêmico”. A expressão “nesse controle sistêmico refere-se a “poder trava poder”, que está em oposição ao controle externo, portanto, tanto “poder trava poder, como “controle sistêmico” pertencem ao controle interno.

25 - “Recente pesquisa da OAB, mostrou que 55% da população mal conhece o Judiciário. E é ela a segunda instituição menos confiável do país.”; sobre esse segmento pode-se dizer que:

a) o termo “mal” equivale semanticamente a “imperfeitamente”;
b) o pronome “ela” substitui o Poder Judiciário, citado anteriormente;
c) “menos confiável” corresponde a uma forma de superlativo;
d) o segundo período do segmento mostra algo que a pesquisa não mostrou;
e) decorre a informação de que há muitas outras instituições não confiáveis.

6. Resposta: C – A expressão “menos confiável” corresponde ao superlativo relativo de superioridade (= é a menos confiável de todas as instituições do país).

Comentário:

a) O termo mal (oposto a bem), no contexto é um advérbio de intensidade, significando pouco.
Obs.: Na frase “ Ele trabalha mal”, mal é advérbio de modo e significa incorretamente.
b) O pronome ela refere-se a OAB.
d) O segundo período transmite uma informação negativa sobre a OAB, tentando desacreditar a pesquisa: “menos confiável”.
e) O que se deduz é que há outras instituições não confiáveis, o que pode não significar muitas.

Da questão 26 à questão 40, você terá cinco formas da mesma frase; você deve indicar a de forma mais adequada e correta, segundo a norma culta.

26 –

a) Os juízes interviram quando viram os réus frente a frente;
b) Os juízes intervieram quando viram os réus frente à frente;
c) Os juízes intervieram, quando viram os réus frente a frente;
d) Os juízes interviram, quando viram os réus frente à frente;
e) Os juízes intervieram quando viram os réus frente a frente.

26. Resposta: E - O verbo intervir conjuga-se como o verbo vir: vieram – intervieram; não se admite crase com palavras repetidas, portanto o correto seria frente a frente. Com isso, já se eliminam as alternativas a (interviram), b (frente à frente) e d (interviram / frente à frente). Embora seja correto colocar vírgula antes das orações adverbiais (como foi feito na alternativa c), por estar na ordem direta, isto é, depois da principal, é mais adequado (não errado) vir sem vírgula. Assim, a alternativa mais adequada é a e.
Obs.: Se a oração adverbial temporal viesse antes da principal, seria obrigatoriamente separada por vírgula: Quando viram os réus frente a frente, os juízes intervieram.

27 –

a) As decisões dos juízes nada tem a ver com os réus;
b) As decisões dos juízes nada tem haver com os réus;
c) As decisões dos juízes nada têm a ver com os réus;
d) As decisões dos juízes nada têem a haver com os réis;
e) As decisões dos juízes nada têem a ver com os réis.

27. Resposta: C - Como o núcleo do sujeito está no plural (decisões), o verbo fica no plural: têm. Isso invalida as alternativas a, d e e. A expressão correta é nada a ver, que significa nada para ver, o que elimina as alternativas b e d. O plural de réu é réus, eliminando as alternativas d e e. Com isso, a única alternativa correta é a c.

28 -

a) Com exceção da referência às leis, Vossa Excelência, o deputado, falou bem;
b) Com excessão da referência às leis, Sua Excelência, o deputado, falou bem;
c) Com excessão da referência as leis, Sua Excelência, o deputado, falou bem;
d) Com exceção da referência as leis, Vossa Excelência, o deputado, falou bem;
e) Com exceção da referência às leis, Sua Excelência, o deputado, falou bem.

28. Resposta: E - Usa-se Vossa Excelência nos diálogos (quando falamos diretamente com a pessoa) e Sua Excelência nos relatos (quando falamos sobre a pessoa). Como existe a expressão o deputado, é sinal de que falamos dele , portanto o correto é Sua Excelência, eliminando as alternativas a e d. A forma correta é exceção, eliminando b e c. O correto é referência às leis (complemento nominal feminino), invalidando c e d.

Obs.: Sempre que pudermos trocar a palavra feminina por uma masculina qualquer precedida de ao(s), haverá crase: Fiz referência às leis / Fiz referência aos documentos. Mas: conheço as leis / Conheço os documentos. (Neste caso não há correlação às / aos, por isso não ocorre crase).

29 –

a) Se alguém vir o processo, retire-o do pacote em que está;
b) Se alguém ver o processo, retira-o do pacote em que está;
c) Se alguém ver o processo, retire ele do pacote em que está;
d) Se alguém vir o processo, retira-o do pacote em que está;
e) Se alguém ver o processo, retire-o do pacote em que está.

29. Resposta: A – O futuro do subjuntivo do verbo ver é se eu vir, se tu vires, se ele vir...
A forma retire corresponde à terceira pessoa do singular ( retira – corresponde a tu).
Usa-se o e não ele como objeto direto.

30 –

a) A palestra estava meia chata, mas haviam bastantes razões para ficar lá;
b) A palestra estava meio chata, mas havia bastantes razões para ficar lá;
c) A palestra estava meio chata mas havia bastantes razões para ficar lá;
d) A palestra estava meia chata mas havia bastantes razões para ficar lá;
e) A palestra estava meia chata, mas haviam bastante razões para ficar lá.

30. Resposta: A

Comentário:


Usa-se meio como advérbio de intensidade (=um pouco) – meio chata.

Obs.: Como adjetivo, é variável: meio pêssego, meia laranja, meias palavras.
Usa-se bastantes, significando muitos, muitas; é pronome indefinido: bastantes razões.

Obs.: Referindo-se a verbo ou a adjetivo, bastante é advérbio (=muito), por isso, invariável: Trabalhamos bastante / Somos bastante responsáveis. É também variável a forma bastante, significando suficiente. Neste caso, vem depois de substantivo e é adjetivo: Temos provas bastantes.

31 –

a) A ascensão ao novo cargo, encheu o juiz de orgulho;
b) A ascenção ao novo cargo encheu de orgulho o juiz;
c) A ascensão ao novo cargo encheu o juiz de orgulho;
d) A ascenção ao novo cargo, encheu, de orgulho, o juiz;
e) A ascenção ao novo cargo encheu de orgulho, o juiz.

31. Resposta: C

Comentário:


a) Não se coloca vírgula entre sujeito e verbo, por isso a vírgula depois de cargo está errada.
b) A forma correta é ascensão.
d) A forma correta é ascensão; não há vírgula depois de cargo, separando o sujeito do verbo; não há vírgula depois de encheu, pois não se separa o verbo do objeto indireto; não há vírgula depois de orgulho, visto que não se põe vírgula entre o objeto direto e o indireto e vice-versa.
e) A forma correta é ascensão; não há virgula depois de orgulho, porque não se separa o objeto indireto do direto.

32 -

a) Há cerca de dez metros ficava a sede da OAB;
b) A cerca de dez metros ficava a sede da OAB;
c) Acerca de dez metros ficava a séde da OAB;
d) Acerca de dez metros ficava a sede da OAB;
e) A cerca de dez metros ficava a séde da OAB.

32. Resposta: B

Comentário sobre as incorretas:

a) A cerca significa à distância aproximada: A cerca de dez metros.
Obs.: acerca de significa a respeito de, sobre: Falei acerca de poesia. A cerca, também significa a proteção, o muro: O animal derrubou a cerca do terreno.
Há cerca significa faz aproximadamente (tempo passado) ou existem aproximadamente: Viajamos há cerca de vinte dias / Aqui há aproximadamente quarenta alunos.

c) Corrigindo: A cerca; não há razão para acentuar sede.
d) Corrigindo: A cerca.
e) Corrigindo: sede.

33 -

a) O promotor esqueceu vários papeizinhos na gaveta;
b) O promotor se esqueceu de vários papeiszinhos na gaveta;
c) O promotor esqueceu-se de vários papeiszinhos na gaveta;
d) O promotor esqueceu vários papeiszinhos na gaveta;
e) O promotor se esqueceu vários papeizinhos na gaveta.


33. Resposta: A

Comentário:


O verbo esquecer apresenta duas regências: é transitivo direto, isto é, tem complemento direto sem preposição, se não for pronominal: O promotor esqueceu vários papeizinhos (a alternativa a está correta); é transitivo indireto, ou seja, possui complemento com preposição, caso seja pronominal: O promotor esqueceu-se de vários papeizinhos.

Plural dos diminutivos: coloca-se a palavra primitiva no plural, suprime-se o s, e acrescenta-se zinhos ou zinhas: florzinha – flores – flore + zinhas = florezinhas; papelzinho: papéis – papei + zinhos = papeizinhos.

Corrigindo b, c, d, e e: O promotor se esqueceu ( ou esqueceu-se) de vários papeizinhos na gaveta.

34 –

a) Os advogados, inquietos, esperavam o resultado do processo;
b) Inquietos, os advogados esperavam, o resultado do processo;
c) Os advogados, esperavam inquietos o resultado do processo;
d) Os advogados, esperavam, inquietos, o resultado do processo;
e) Os advogados inquietos o resultado do processo esperavam.

34. Resposta: A

Comentários sobre as incorretas:

b) Não se coloca vírgula entre verbo e objeto direto.
Corrigindo: Inquietos, (virgula correta, predicativo anteposto ao verbo) os advogados esperavam o resultado do processo.
c) e d) Não se coloca vírgula ente sujeito e verbo (primeira ocorrência); o predicativo inquietos não se separa por vírgulas.
Corrigindo: Os advogados esperavam inquietos o resultado do processo.
e) Oração confusa, por não estar na ordem direta. Alem disso, o predicativo, como está antes do verbo, deveria vir entre vírgulas.
Corrigindo: Os advogados, inquietos, esperavam o resultado do processo.

35 -

a) O Tribunal funciona, aos sábados, das 7 as 12 horas;
b) O Tribunal funciona aos sábados de 7 à 12 horas;
c) O Tribunal funciona, aos sábados, de 7 às 12 horas;
d) O Tribunal funciona, aos sábados, das 7 às 12 horas;
e) O Tribunal, aos sábados, funciona, de 7 à 12 horas.

35. Resposta: D – Com horas determinadas, a crase é obrigatória. Além disso, por paralelismo, antes do primeiro numeral não se usa de, mas das (preposição + artigo): das 7 às 12 horas. Com isso, eliminam-se todas as alternativas, com exceção da d.

36 -

a) Em princípio, nenhuma foto pode estar anexo à mensagem;
b) A princípio, nenhuma foto pode estar em anexo à mensagem;
c) Em princípio, nenhuma foto pode estar anexa à mensagem;
d) A princípio, nenhuma foto pode estar anexa a mensagem;
e) Em princípio nenhuma foto pode estar em anexo a mensagem.

36. Resposta: C

Comentário:


Em princípio significa em tese, teoricamente: Em princípio, nenhuma foto pode estar anexa à mensagem.
A princípio significa no começo, inicialmente: A princípio ele mostrava-se nervoso; com o passar do tempo, tranqüilizou-se.
O termo anexo concorda com o substantivo a que se refere: foto anexa, fotos anexas, documento anexo, documentos anexos.
Obs.: A expressão em anexo é invariável: fotos em anexo, documentos em anexo.
O adjetivo anexo exige complemento nominal, por isso crase. Veja a substituição por palavra masculina: anexa à mensagem (anexa ao convite)

37 -

a) Espero que lhes tenha prevenido de que quero apartes durante a sessão;
b) Espero que os tenha prevenido que quero apartes durante a seção;
c) Espero que os tenha prevenido de que quero apartes durante a sessão;
d) Espero que lhes tenha prevenido que quero apartes durante a seção;
e) Espero que os tenha prevenido de que quero apartes durante a seção.

37. Resposta: C

Comentário
:

O verbo prevenir é transitivo direto de pessoas e transitivo indireto de coisas: prevenir alguém de alguma coisa. Como sabemos, usa-se o/a para objeto direto e lhe para objeto indireto: Espero que os (o.d) tenha prevenido de que quero apartes (o.i.).
Aqui, emprega-se sessão, significando reunião.
Obs.: seção ou secção = corte, divisão; cessão = ato de ceder.

38 -

a) A vítima estava obcecada pelo som dos alto-falantes;
(b) A vítima estava obsecada pelo som dos altofalantes;
c) A vítima estava obcecada pelo som dos altosfalantes;
d) A vítima estava obsecada pelo som dos altosfalantes;
e) A vítima estava obcecada pelo som dos altosfalante.

38. Resposta: A

Comentário:


É assim que se escreve: obcecada.
O plural de alto-falante é alto-falantes.

39 -

a) Parecem ter havido bastantes erros no processo;
b) Parece ter havido bastante erros no processo;
c) Parecem ter havido bastante erros no processo;
d) Parece ter havido bastantes erros no processo;
e) Parece terem havido bastante erros no processo.

39. Resposta: D

Comentário:


Quando o verbo haver significa existir, ocorrer, fica no singular. Nesse caso o(s) auxiliares também fica(m) no singular.
Usa-se bastantes quando puder ser substituído por muitos, muitas. É pronome indefinido.

40 -

a) Nunca mais existiu problemas entre mim e o promotor;
b) Nunca mais existiram problemas entre mim e o promotor;
c) Nunca mais existiu problemas entre eu e o promotor;
d) Entre eu e o promotor, nunca mais existiram problemas;
e) Entre mim e o promotor, nunca mais existiu problemas.

Resposta: 40. B

Comentário:


O verbo existir concorda com o sujeito problemas: existiram problemas. Usa-se eu para sujeito e mim para complemento. Como a expressão iniciada por entre não é sujeito, exige mim: entre mim e o promotor. Entre eu trabalhar e me divertir, prefiro a primeira opção. Neste caso, usa-se eu porque é sujeito de trabalhar.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Prova CESPE – Banco do Brasil S.A. Caderno Branco - Cargo: Escriturário – 2007

Prova comentada por Henrique Nuno Fernandes

Texto para os itens de 1 a 14

Os bancos médios alcançaram um de seus 1
melhores anos em 2006. A rigor, essas instituições não
optaram por nenhuma profunda ou surpreendente mudança
de foco estratégico. Bem ao contrário, elas apenas voltaram 4
a atuar essencialmente como bancos: no ano passado a
carteira de crédito dessas casas bancárias cresceu 39,2%,
enquanto a carteira dos dez maiores bancos do país 7
aumentou 26,2%, ambos com referência a 2005.
É apressado asseverar que essa expansão do
segmento possa gerar maior concorrência no setor. Vale 10
lembrar, apenas como comparação, que a chegada dos
bancos estrangeiros (nos anos 90) não surtiu o efeito
esperado quanto à concorrência bancária. Os bancos 13
estrangeiros cobram o preço mais alto em 21 tarifas. E os
bancos privados nacionais, médios e grandes, têm os preços
mais altos em outras 21. O tamanho do banco não determina 16
o empenho na cobrança de tarifas. O principal motivo da
fraca aceleração da concorrência do sistema bancário é a
permanência dos altos spreads, a diferença entre o que o 19
banco paga ao captar e o que cobra ao emprestar, que não se
altera muito, entre instituições grandes ou médias.
Vale notar, também, que os bons resultados dos 22 bancos
médios brasileiros atraíram grandes instituições do
setor bancário internacional interessadas em participação
segmentada em forma de parceria. O Sistema Financeiro 25
Nacional só tem a ganhar com esse tipo de integração. Dessa
forma, o cenário, no médio prazo, é de acelerado movimento
de fusões entre bancos médios, processo que já começou. 28
Será um novo capítulo da história bancária do país.

Gazeta Mercantil, Editorial, 28/3/2007.

A respeito do texto acima, julgue os itens a seguir.

1. Pelos sentidos do texto, os bons resultados dos bancos médios contribuem para acelerar significativamente a concorrência bancária.

1. Item Errado – Os bons resultados dos bancos médios não contribuem para acelerar significativamente a concorrência bancária. Segundo o texto, “É apressado asseverar que essa expansão do segmento possa gerar maior concorrência no setor”. Ainda, de acordo com o texto, “O tamanho do banco não determina o empenho na cobrança de tarifas. O principal motivo da a diferença entre o que o banco paga ao captar e o que cobra ao emprestar, que não se
altera muito, entre instituições grandes ou médias
”.

2. O interesse dos gigantes do setor bancário internacional pelas instituições brasileiras prejudica o Sistema Financeiro Nacional.

2. Item Errado – Ao contrário do que afirma a questão, o interesse dos gigantes do setor bancário internacional pelas instituições brasileiras beneficia o Sistema Financeiro Nacional: “O Sistema Financeiro Nacional só tem a ganhar com esse tipo de integração”.

3. O pronome “elas” (l.4) retoma o antecedente “essas instituições” (l.2).

3. Item Correto – O pronome “elas” constitui um elemento coesivo e se refere a “essas instituições”. Vejamos a substituição:A rigor, essas instituições não optaram por nenhuma profunda ou surpreendente mudança de foco estratégico. Bem ao contrário, elas (= essas instituições) apenas voltaram a atuar essencialmente como bancos...”.

Obs.: Termo anafórico retoma vocábulo anterior; catafórico, posterior.

4. Na linha 5, mantém-se a correção gramatical do texto ao se substituir o sinal de dois-pontos por ponto final, colocando-se inicial maiúscula em “no”.

4. Item Correto – Os dois-pontos podem ser substituídos por ponto final, mantendo a coerência textual e o respeito às regras gramaticais quando anunciam uma explicitação, isto é, um esclarecimento do que se disse anteriormente. Vejamos: “Bem ao contrário, elas apenas voltaram a atuar essencialmente como bancos. No ano passado a carteira de crédito dessas casas bancárias cresceu 39,2%, enquanto a carteira dos dez maiores bancos do país aumentou 26,2%, ambos com referência a 2005”.

5. O emprego do subjuntivo em “possa” (l.10) justifica-se por se tratar de uma afirmação hipotética.

5. Item Correto – Como sabemos, o presente do subjuntivo expressa dúvida, hipótese, possibilidade. No texto, o emprego do subjuntivo em “possa” indica que não há certeza (portanto, é apenas uma hipótese) de que essa expansão da carteira de crédito provoque maior concorrência no setor bancário.

6. Estaria gramaticalmente correta a inserção da conjunção Portanto, seguida de vírgula, antes de “O tamanho do banco” (l.16), com ajuste na inicial maiúscula.

6. Item Correto – O segundo período indica uma conclusão do primeiro, ou seja, expressa uma conseqüência lógica do que se disse anteriormente, por isso estaria gramaticalmente correta a inserção da conjunção Portanto, seguida de vírgula, antes de “O tamanho do banco” , com ajuste na inicial maiúscula. Em outras palavras, já que os bancos privados nacionais, médios e grandes, têm os preços mais altos em outras 21 tarifas, conclui-se que “o tamanho do banco não determina o empenho na cobrança de tarifas”.
Vejamos como ficaria a nova redação: E os bancos privados nacionais, médios e grandes, têm os preços mais altos em outras 21, portanto o tamanho do banco não determina o empenho na cobrança de tarifas.

7. Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir a vírgula após “spreads” (l.19) por sinal de dois-pontos.

7. Item Correto – Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir a vírgula após “spreads” por sinal de dois-pontos, pois o que vem depois de “spreads” é um aposto, ou seja, uma explicação sobre esse termo; no caso, trata-se de uma definição. Sabemos que o aposto explicativo pode ser separado por vírgulas, dois-pontos, parênteses ou travessões.
Observemos o novo período: O principal motivo da fraca aceleração da concorrência do sistema bancário é a permanência dos altos spreads: a diferença entre o que o banco paga ao captar e o que cobra ao emprestar, que não se altera muito, entre instituições grandes ou médias.

8. A relação semântico-sintática entre o período que termina em “parceria” (l.25) e o que começa com “O Sistema Financeiro” seria corretamente explicitada por meio da conjunção Entretanto.

8. Item Errado - A conjunção Entretanto, indicadora de oposição, não explicitaria corretamente a relação semântico-sintática entre o período que termina em “parceria” e o que começa com “O Sistema Financeiro”. Entre os dois períodos citados existe uma relação de causalidade e conseqüência lógica (conclusão):a atração de grandes instituições do setor bancário internacional interessadas em participação segmentada em forma de parceria pode fazer com que o Sistema Financeiro Nacional ganhe com tipo de integração.Asim,o conectivo adequado seria "portanto", "por isso", "por conseguinte" e sinônimos.

9. A inserção do pronome Ela antes de “Será um novo capítulo” (l.29), com ajuste de maiúscula, mantém a coesão textual.

9. Item Errado – O sujeito de “será” está no período anterior – o cenário. Assim, para que a coesão textual fosse mantida, não poderia ser inserido “Ela”, mas, sim, “Ele”. Vejamos: Dessa forma, o cenário, no médio prazo, é de acelerado movimento de fusões entre bancos médios, processo que já começou. Ele (= o cenário) será um novo capítulo da história bancária do país.

10. A correção gramatical, o nível de formalidade e as escolhas lexicais permitem afirmar-se que a linguagem do texto está apropriada para correspondências oficiais.

10. Item Correto – A linguagem do texto está apropriada para correspondências oficiais, uma vez que se caracteriza pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza, concisão, formalidade e uniformidade.

Texto para os itens de 11 a 14

Não foi por falta de aviso. Desde 2004, a 1
Aeronáutica vem advertindo dos riscos do desinvestimento
no controle do tráfego aéreo. Ao apresentar suas propostas
orçamentárias de 2004, 2005 e 2006, o Departamento de 4
Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou, por escrito,
que a não liberação integral dos recursos pedidos levaria
à situação vivida agora no país. Mesmo assim, as verbas 7
foram cortadas ano após ano pelo governo, em dois
momentos: primeiro no orçamento, depois na liberação
efetiva do dinheiro. 10
As advertências do DECEA foram feitas à
Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do
Planejamento, na oportunidade em que foram solicitadas 13
verbas para “operação, manutenção, desenvolvimento e
modernização do Sistema de Controle do Espaço Aéreo
Brasileiro (SISCEAB)”. Elas são citadas em relatório do 16
Tribunal de Contas da União (TCU).

O Estado de S.Paulo, 25/3/2007, p. C6 (com adaptações).

Com referência às estruturas e às idéias do texto, julgue os próximos itens.

11. A expressão “Não foi por falta de aviso” (l.1) é adequada para iniciar um ofício.

11. Item Errado – Como vimos na questão 10, uma das características da redação oficial é a impessoalidade. Na frase “Não foi por falta de aviso” nota-se a opinião do autor, o que torna o texto pessoal, subjetivo. Assim, não é adequado para iniciar um ofício – um documento oficial.

12. A palavra “desinvestimento” (l.2), neologismo criado com base nas possibilidades da língua, está sendo empregada no sentido de “diminuição”, “limitação de investimentos”.

12. Item Correto – A palavra “desinvestimento” (l.2), é um “neologismo”; no caso, palavra nova, significando “diminuição”, “limitação de investimentos”.

13. O sinal indicativo de crase em “à situação” (l.7) justifica-se pela regência de “pedidos” (l.6) e pela presença de artigo definido, feminino, singular.

13. Item Errado – O sinal indicativo de crase em “à situação" justifica-se pela regência do verbo “levar”, que exige a preposição “a” e pela presença de artigo definido, feminino, singular, antecedendo o vocábulo “situação”: a não liberação integral dos recursos pedidos levaria a que (= levaria à situação vivida agora no país).

14. A substituição da expressão “foram solicitadas” por “se solicitaram” prejudica a correção gramatical do período.

14. Item Errado – A substituição da expressão “foram solicitadas” por “se solicitaram” não prejudica a correção gramatical do período. Nos dois casos, há voz passiva: no primeiro, analítica (verbo ser + particípio); no segundo, sintética (com a presença do pronome apassivador “se”). Notemos que o núcleo do sujeito paciente é “verbas”, por isso a exigência de verbo no plural ( solicitaram-se verbas...).


Texto para os itens de 15 a 35

Em meio a uma crise da qual ainda não sabe como 1
escapar, a União Européia celebra os 50 anos do Tratado de
Roma, pontapé inicial da integração no continente. Embora
sejam muitos os motivos para comemorar, como a 4
manutenção da paz e a consolidação do mercado comum, os
chefes dos 27 Estados-membros têm muito com o que se
preocupar. A discussão sobre a Constituição única não vai 7
adiante, a expansão para o leste dificulta a tomada de
decisões e os cidadãos têm dificuldade para identificar-se
como parte da megaestrutura européia. 10

O Estado de S.Paulo, 25/3/2007, p. A20.

Com referência às estruturas e às idéias do texto, julgue os itens subseqüentes.

15. O emprego de preposição em “da qual” (l.1) atende à regência do verbo “escapar” (l.2).

15. Item Correto – O verbo “escapar” exige a preposição “de” (quem escapa, escapa de = não se sabe como escapar da crise = não se sabe como escapar da qual crise.

16. As vírgulas logo após “comemorar” (l.4) e “comum” (l.5) podem, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituídas por travessões.

16. Item Correto – De uma maneira geral, as vírgulas podem ser substituídas por parênteses ou por travessões. Vejamos a substituição das vírgulas por travessões: “Embora sejam muitos os motivos para comemorar – como a manutenção da paz e a consolidação do mercado comum – os
chefes dos 27 Estados-membros têm muito com o que se preocupar
”.

17. Na linha 6, a forma verbal “têm” está no plural para concordar com “Estados-membros”.

17. Item Errado – A forma verbal “têm” está no plural para concordar com o núcleo do sujeito – chefes.

18. Mantém-se a correção gramatical do texto ao se escrever “com o que se preocupar: a discussão” em lugar do trecho “com o que se preocupar. A discussão” (l.6-7).

18. Item Correto – Já que o período iniciado por “A discussão” é uma explicação, pode ser precedido por “dois-pontos”.