sexta-feira, 11 de setembro de 2009

LIvro "Português para concursos: questões comentadas do CESPE"


Livro: Português para Concursos: questões comentadas do CESPE
Autor: Henrique Nuno Fernandes
Editora: Mizuno







Sinopse




O objetivo deste livro é ajudar o aluno a preparar-se para qualquer concurso público. A análise de todas as questões é feita de maneira objetiva e simples, acompanhada de fundamentação teórica.

São aqui abordados os seguintes temas: compreensão e interpretação de textos; estruturação dos textos: modos e tipos textuais; coesão e coerência textuais; ortografia oficial; acentuação gráfica; emprego das classes de palavras; emprego do sinal indicativo de crase; sintaxe da oração e do período; pontuação; concordância nominal e verbal; regência nominal e verbal; adequação vocabular: antônimos, sinônimos, homônimos, parônimos, hiperônimos e hipônimos; anáfora e dêixis; redação de correspondências oficiais; significação das palavras; colocação pronominal; linguagem figurada; problemas na escritura das frases: ambiguidade e paralelismo; variação linguística; intertextualidade.




Ano: 2009

Edição: 1ª edição

Número de Páginas: 356

Peso: 0,428 kg

Altura: 21 cm

Largura: 14 cm

Profundidade: 2 cm

Acabamento: Brochura

I.S.B.N.: 978-85-7789-057-6

Código de Barras: 9788577890576


CM Consultoria :: Cm news
www.cmconsultoria.com.br

CM News12/09/2009 09:09:00

Livros Jurídicos
12/09/2009 - Livros Jurídicos


Português para Concursos
HENRIQUE NUNO DA SILVA FERNANDES
Editora: JH Mizuno (0/xx/19/3571-0420) Preço: R$ 60, 356 págs.
São questões destinadas a certames de especialidades variadas, acompanhadas de sua fundamentação.

Fonte: Folha de São Paulo

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

COSEAC / UFF – Junta Comercial do Estado do Espírito Santo / JUCEES – Técnico de Registro Empresarial – Nível Médio – 2009

COSEAC / UFF – Junta Comercial do Estado do Espírito Santo / JUCEES – Técnico de Registro Empresarial – Nível Médio – 2009

1. A crise já fez o consumidor brasileiro mudar de hábitos. As roupas novas deram lugar a remodelagens de peças antigas esquecidas no armário. Outros optaram por vendê-las em brechós. O dinheiro aplicado no banco foi resgatado para adquirir um carro usado, que já está vendendo mais que os similares zero quilômetro. De acordo com os empresários do setor, os automóveis de segunda mão registraram alta nos negócios de 10% a 15% com queda entre 10% e 20% nos preços, contra um recuo de 5% no valor dos automóveis novos.

2. Nos sites de compras da internet, a procura por eletroeletrônicos, roupas e artigos em geral aumentou no terceiro trimestre deste ano. De acordo com dados do Mercado Livre, principal portal da rede, o volume de compras de itens usados pela somou US$ 295 milhões entre julho e setembro no país, número 14,47% maior que o registrado no segundo trimestre deste ano. O número de produtos à venda nas páginas virtuais subiu 9,8%, para 5,6 milhões de unidades.

3. Após o recuo nas vendas entre setembro e outubro, as concessionárias cortaram preços dos modelos usados para estimular os negócios. Osvaldo Fonseca, sócio da Carro Bom Veículos e da Vadico Itaguaí e Angra dos Reis, explica que o corte em carros novos é difícil, pois obedece o calendário das fábricas.

4. Com mais flexibilidade de preço, os usados ficaram 15% mais baratos. E a diferença acabou compensando. Desde setembro, os modelos seminovos passaram de 80% para 90% do meu faturamento.

5. Neste Natal, os modelos usados serão a grande aposta das empresas para as vendas de fim de ano, já que os negócios envolvendo carros novos seguem estacionados “por serem mais caros”, dizem os empresários. Segundo Paulo Santiago Filho, sócio-diretor das concessionárias Raion e Natal Mitsubishi, Millenion Suzuki e Honda, serão feitas promoções apenas de seminovos nos próximos dias.

6. Os seminovos serão as vedetes deste fim de ano. Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços foram reajustados e ficaram convidativos. Tinha um estoque com 200 carros. Com o corte de R$ 5 mil em cada um, o faturamento foi reduzido em R$ 1 milhão.

7. As roupas novas também ficaram em segundo plano. A rede Conserte, com dez lojas no Rio e 188 funcionários, viu o movimento aumentar 30% desde setembro em relação ao primeiro semestre deste ano. Fátima Rosana Oliveira, supervisora geral da companhia, lembra que as vendas costumam cair depois de agosto devido ao lançamento da coleção de verão no varejo.

8. Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos para poder usar de novo. Eles transformam a calça em bermuda e colocam um zíper diferente. Agora, querem aproveitar tudo mais do que nunca. Para estimular os negócios, não vamos reajustar os preços dos serviços lembra Fátima.

9. As lojas ainda têm investido na ampliação dos serviços. A Maria Costura, em Botafogo, por exemplo, passou a fazer roupas sob encomenda. O número de pedidos aumenta 100% a cada mês, desde setembro. Soraia Vasconcelos, sócia do espaço, diz que não está mais aceitando pedidos, pois não tem condição de atender a todos.

10. Há ainda quem tente ganhar um dinheiro extra. Os brechós sentem a maior procura de pessoas interessadas em vender roupas e móveis usados. Sávio Carlos, dono da “Desculpe eu sou chique”, diz que a oferta no espaço aumenta há três meses. O empresário diz que, em julho, recebia uma ou duas ligações por dia; hoje, a média passou para seis contatos.
ROSA, Bruno. O Globo, 23/11/2008.)

1. A exposição de ideias desenvolvida no texto está orientada no sentido de persuadir o leitor de que:

A) a crise econômica em curso afeta negativa e indistintamente todos os setores do comércio em nosso país;
B) o reajuste de preços é a alternativa imediata e mais racional para estimular os negócios abalados com a crise em curso;
C) a crise alterou o comportamento do consumidor brasileiro, fazendo com que o comércio de artigos e serviços tivesse que se ajustar à nova realidade;
D) o comércio de roupas e veículos, com a crise, obrigou o consumidor brasileiro a resgatar o dinheiro que mantinha aplicado;
E) tornou-se um grande negócio a compra de itens usados pela web, donde o montante de vendas registrado entre julho e setembro ter crescido consideravelmente.

1. Resposta: C – É correto inferir que "a crise alterou o comportamento do consumidor brasileiro, fazendo com que o comércio de artigos e serviços tivesse que se ajustar à nova realidade". Essa afirmação encontra apoio logo na primeira frase do texto: "A crise já fez o consumidor brasileiro mudar de hábitos". O autor cita como mudança de postura do consumidor brasileiro, por exemplo, a remodelagem de roupas antigas, a venda de roupas antigas a brechós e o resgate do dinheiro aplicado para a aquisição de carro usado.

Comentário:

a) Item Errado – A crise econômica em curso não afeta negativa e indistintamente todos os setores do comércio em nosso país, uma vez que aumentaram as vendas de carros usados, eletroeletrônicos, roupas, artigos em geral e móveis usados.
b) Item Errado – Não é verdade que o reajuste de preços é a alternativa imediata e mais racional para estimular os negócios abalados com a crise em curso. Ao contrário, segundo Fátima Rosana Oliveira, a alternativa para aumentar as vendas é manter os preços dos serviços: "Para estimular os negócios, não vamos reajustar os preços dos serviços".
d) Item Errado – O consumidor brasileiro não resgatou o dinheiro que mantinha aplicado por causa da crise do comércio de roupas e veículos, mas para "adquirir um carro usado", ou seja para consumir produtos.
e) Item Errado – As vendas pela web não se referem a itens usados, mas, sim, a produtos novos (eletroeletrônicos, roupas e artigos). Esse aumento de vendas serve como argumento de que a crise não afeta todos os setores.

2. Para mostrar-se convincente, recorre o autor a todas as estratégias de argumentação abaixo, com EXCEÇÃO da seguinte:

A) apontar dados estatísticos;
B) exemplificar o comportamento do mercado ante a nova realidade econômica;
C) recorrer à palavra de autoridade no assunto;
D) concordar parcialmente com ponto de vista divergente do seu;
E) desenvolver um raciocínio consistente.

2. Resposta: D – Não é apresentado qualquer ponto de vista divergente.

Comentário: Estratégias argumentativas são todos os recursos que visam a convencer o interlocutor do ponto de vista defendido.

a) Item Correto – Dados estatísticos são considerados um argumento de autoridade, ou seja, possuem credibilidade, pois comprovam as afirmações do locutor do texto. Eis alguns exemplos de dados estatísticos: "alta nos negócios de 10% a 15%"; "número 14,47% maior que o registrado no segundo trimestre deste ano"; "O número de pedidos aumenta 100% a cada mês".
b) Item Correto – A exemplificação reforça o ponto de vista apresentado, pois apresenta casos reais a favor da tese defendida. O texto apresenta vários exemplos que comprovam a alteração do comportamento do consumidor. Transcrevemos aqui alguns: "As roupas novas deram lugar a remodelagens de peças antigas esquecidas no armário". / “Outros optaram por vendê-las em brechós. O dinheiro aplicado no banco foi resgatado para adquirir um carro usado, que já está vendendo mais que os similares zero quilômetro".
c) Item Correto – A citação de autoridades (especialistas) no assunto debatido fortalece a tese defendida. Empresários, diretores e supervisores de empresa são exemplos de autoridades citadas.
e) Item Correto – O raciocínio desenvolvido é consistente, ou seja, é baseado nos princípios da lógica. O autor defende a tese de que a crise modificou o comportamento do consumidor brasileiro. Para isso, ele usou coerentemente várias estratégias argumentativas.

3. Na argumentação desenvolvida no texto, o que se encontra enunciado na segunda frase visa a justificar o que foi dito na primeira em todas as opções seguintes, EXCETO:

A) “E a diferença acabou compensando. Desde setembro, os modelos seminovos passaram de 80% para 90% do meu faturamento.” (4º parágrafo);
B) “Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços foram reajustados e ficaram convidativos. Tinha um estoque com 200 carros.” (6º parágrafo);
C) “Os seminovos serão as vedetes deste fim de ano. Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços foram reajustados e ficaram convidativos.” (6º parágrafo);
D) “As lojas ainda têm investido na ampliação dos serviços. A Maria Costura, em Botafogo, por exemplo, passou a fazer roupas sob encomenda.” (9º parágrafo);
E) “Há ainda quem tente ganhar um dinheiro extra. Os brechós sentem a maior procura de pessoas interessadas em vender roupas e móveis usados.” (10º parágrafo).

3. Resposta: B – “Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços foram reajustados e ficaram convidativos. Tinha um estoque com 200 carros.” / Há uma relação de causalidade não entre a primeira e a segunda frase, mas na primeira frase: a queda das vendas (causa) > reajuste dos preços (consequência); reajuste dos preços (causa) > preços convidativos (consequência). O período "Tinha um estoque com 200 carros" não apresenta nenhuma causalidade, isto é, não justifica a afirmação anterior.

Comentário: A causalidade está associada às relações de causa (= motivo) / consequência (= efeito, resultado), ou justificativa para o que se apresentou anteriormente. Há causalidade em todas as demais frases:

a) Item Correto – "E a diferença acabou compensando. Desde setembro, os modelos seminovos passaram de 80% para 90% do meu faturamento.” / O fato de ter havido um aumento nas vendas de 80% para 90% justifica a afirmação feita na primeira frase – "a diferença acabou compensando". Em outras palavras: "E a diferença acabou compensando, pois, desde setembro, os modelos seminovos passaram de 80% para 90% do meu faturamento.”
c) Item Correto – “Os seminovos serão as vedetes deste fim de ano. Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços foram reajustados e ficaram convidativos.” / O fato de os preços terem sido reajustados e ficarem convidativos justifica a afirmação de que “Os seminovos serão as vedetes deste fim de ano".
d) Item Correto – “As lojas ainda têm investido na ampliação dos serviços. A Maria Costura, em Botafogo, por exemplo, passou a fazer roupas sob encomenda.” / Passar a fazer roupas sob encomenda justifica (esclarece) o investimento das lojas na ampliação dos serviços.
e) Item Correto – “Há ainda quem tente ganhar um dinheiro extra. Os brechós sentem a maior procura de pessoas interessadas em vender roupas e móveis usados.” / A procura de pessoas interessadas em vender roupas e móveis usados justifica a o que se afirmou na primeira frase: o fato de haver pessoas que tentem ganhar um dinheiro extra. Dito de outro modo: as pessoas procuram ganhar um dinheiro extra porque estão interessadas em vender roupas e móveis usados nos brechós.

4. A substituição da preposição em destaque pela locução indicada altera fundamentalmente o sentido do enunciado em:

A) “registraram alta nos negócios de 10% a 15% com queda entre 10% e 20% nos preços, CONTRA um recuo de 5% no valor dos automóveis novos” (1º parágrafo) / em detrimento de;
B) “cortaram preços dos modelos usados PARA estimular os negócios” (3º parágrafo) / com o fito de;
C) “serão feitas promoções apenas de seminovos Nos próximos dias.” (5º parágrafo) / no curso de;
D) “COM o corte de R$ 5 mil em cada um, o faturamento foi reduzido em R$ 1 milhão.” (6º parágrafo) / Em decorrência de;
E) “viu o movimento aumentar 30% DESDE setembro em relação ao primeiro semestre deste ano.” (7º parágrafo) / em detrimento de.

4. Resposta: A – A preposição "contra" exprime oposição e tem o sentido de "em oposição a", "em contraste com"; já "em detrimento de" significa "em prejuízo". Assim, como os dois termos não são equivalentes, não pode haver a substituição de um pelo outro, sem causar prejuízo semântico.

Comentário:

b) Item Errado – A preposição "para" indica finalidade; pode ser substituída por "com o objetivo de", "a fim de", "com o intuito de", "com o fito de", etc.: “cortaram preços dos modelos usados com o fito de estimular os negócios”.
c) Item Errado – Em "Nos" existe a contração da preposição "em" com o artigo "os"; essa preposição, no texto, expressa tempo (= durante), por isso pode ser substituído por "no curso de" (no curso de = durante): “serão feitas promoções apenas de seminovos no curso dos próximos dias”.
d) Item Errado – Contextualmente, o conectivo "Com" expressa ideia de causa e equivale a "por causa de", "em vista de", "em virtude de", "devido a", "em decorrência de", etc.: “Em decorrência do corte de R$ 5 mil em cada um, o faturamento foi reduzido em R$ 1 milhão”.
e) Item Errado – Na frase, a partícula "desde" denota ponto de partida no tempo e significa "a começar de", "a contar de", "a partir de": viu o movimento aumentar 30% a partir de setembro em relação ao primeiro semestre deste ano".

5. O sentido de “Neste Natal, os modelos usados serão a grande aposta das empresas para as vendas de fim de ano, JÁ QUE os negócios envolvendo carros novos seguem estacionados 'por serem mais caros'” (5º parágrafo) altera-se sensivelmente com a substituição do conectivo em destaque por:

A) visto como;
B) porquanto;
C) dado que;
D) tendo em vista que;
E) desde que.

5. Resposta: E – A expressão "já que" expressa relação de causa e equivale semanticamente a "visto como", "porquanto" e "dado que", "tendo em vista que". A locução "desde que" denota tempo ou condição, dependendo do contexto, por isso alteraria o sentido original. Vejamos: Choro desde que você partiu (tempo). / Desde que você se esforce, terá sucesso (condição). Observação: Em determinados contextos, "desde que" pode denotar causa (desde que = visto que): "Desde que é rico, não lhe é difícil auxiliar o próximo" (Aurélio)

6. As palavras cujos prefixos significam o mesmo que os prefixos de SEMINOVOS e SUPERVISORA são, respectivamente:

A) hemiciclo e hipertensão;
B) epiderme e antiaéreo;
C) eufonia e arqui-inimigo;
D) periferia e acéfalo;
E) dígrafo e sincronia.

6. Resposta: A – Em "seminovos" e "hemiciclo", os prefixos "semi" e "hemi" são equivalentes" (= meio ou metade); também possuem o mesmo sentido os prefixos "super" e "hiper", presentes em "supervisora" e "hipertensão": posição superior, em cima, sobre.

Comentário:

b) Item Errado – epiderme / antiaéreo: epi = sobre, posição superior; anti = oposição, contra.
c) Item Errado – eufonia / arqui-inimigo: eu = bom, belo, bem, excelência; anti = oposição, contra.
d) Item Errado – periferia / acéfalo: peri = em torno de; a = negação, carência.
e) Item Errado – dígrafo / sincronia: di = dois, duplicidade; sin = simultaneidade, reunião.

7. Ao reescrever a voz passiva analítica como passiva pronominal, incidiu-se em ERRO na colocação do pronome átono em:

A) “O dinheiro aplicado no banco foi resgatado para adquirir um carro usado” (1º parágrafo) / Resgatou-se o dinheiro aplicado no banco para adquirir um carro usado.
B) “o volume de compras [...] somou US$ 295 milhões entre julho e setembro no país, número 14,47% maior que o registrado no segundo trimestre deste ano” (2º parágrafo) / o volume de compras [...] somou US$ 295 milhões entre julho e setembro no país, número 14,47% maior que o que se registrou no segundo trimestre deste ano.
C) “Segundo Paulo Santiago Filho [...] serão feitas promoções apenas de seminovos nos próximos dias” (5º parágrafo) / Segundo Paulo Santiago Filho [...] Farão-se promoções apenas de seminovos nos próximos dias”.
D) “Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços foram reajustados e ficaram convidativos” (6º parágrafo) / Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços reajustaram-se e ficaram convidativos.
E) “Com o corte de R$ 5 mil em cada um, o faturamento foi reduzido em R$ 1 milhão”(6º parágrafo) / Com o corte de R$ 5 mil em cada um, o faturamento se reduziu em R$ 1 milhão.

7. Resposta: C – “Segundo Paulo Santiago Filho [...] Farão-se promoções apenas de seminovos nos próximos dias”. / A colocação do pronome oblíquo está errada, pois não se usa ênclise (pronome depois do verbo) quando os verbos se encontrarem no futuro do presente ou do pretérito. Aqui, como a frase se inicia por verbo, a mesóclise (pronome no meio do verbo) é obrigatória. Correção: Segundo Paulo Santiago Filho [...] Far-se-ão-se promoções apenas de seminovos nos próximos dias.

Comentário: A mesóclise (pronome no meio do verbo) acontece obrigatoriamente quando as frases começam com verbos que estejam no futuro do presente ou no futuro do pretérito: Dir-lhe-ei a verdade. / Dir-lhe-ia a verdade.

Observações:

1. Se a frase não começar com verbo, pode-se usar indiferentemente a próclise ou a ênclise: O homem nos obedecerá (ou O homem obedecer-nos-á). / O homem obedecer-nos -ia (ou O homem nos obedeceria.).

2. Se houver palavra atrativa, a próclise será obrigatória: O chefe não nos ajudará. / O chefe não nos ajudaria.

3. Jamais se usará ênclise com os verbos no futuro do presente ou do pretérito: Oferecerei-lhe um presente – ERRADO. / Oferecer-lhe-ei um presente – CORRETO.

a) Item Correto – “Resgatou-se o dinheiro aplicado no banco para adquirir um carro usado”. / Como a frase começa com verbo, a ênclise (pronome depois do verbo) é obrigatória.
b) Item Correto – “o volume de compras [...] somou US$ 295 milhões entre julho e setembro no país, número 14,47% maior que o que se registrou no segundo trimestre deste ano”. / Antes de pronome relativo (que), a próclise (pronome antes do verbo) é obrigatória.
d) Item Correto – “Em setembro e outubro, com as vendas caindo, os preços reajustaram-se e ficaram convidativos”. / Como não há palavras atrativas, neste caso é indiferente a próclise ou a ênclise. Desse modo, estaria igualmente correta a colocação do pronome "se" antes do verbo: "... os preços se reajustaram e ficaram convidativos".
e) Item Correto – “Com o corte de R$ 5 mil em cada um, o faturamento se reduziu em R$ 1 milhão”. / Aqui também não há palavras atrativas, por isso o pronome poderia vir depois do verbo: "... faturamento reduziu-se em R$ 1 milhão".

8. Cometeu-se um erro de concordância, ao se transformar a oração reduzida em destaque em oração desenvolvida na seguinte opção:

A) “A crise já fez O CONSUMIDOR BRASILEIRO MUDAR DE HÁBITOS” (1º parágrafo) / que o consumidor brasileiro mudasse de hábitos.
B) “Outros optaram POR VENDÊ-LAS EM BRECHÓS” (1º parágrafo) / por que fossem vendidas em brechós.
C) “O dinheiro APLICADO NO BANCO foi resgatado para adquirir um carro usado” (1º parágrafo) / que se aplicou no banco.
D) “Neste Natal, os modelos usados serão a grande aposta das empresas para as vendas de fim de ano, já que os negócios ENVOLVENDO CARROS NOVOS seguem estacionados” (5º parágrafo) / que envolvem carros novos.
E) “Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos PARA PODER USAR DE NOVO” (8º parágrafo) / para que possa usar de novo.

8. Resposta: E – Em 'Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos PARA PODER USAR DE NOVO', a não flexão do infinitivo está correta, uma vez que, a flexão é facultativa com infinitivo regido de preposição (a, de, sem, para, em): Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos PARA PODER (ou PODEREM USAR DE NOVO". É bom ressaltar que ocorre erro na forma verbal "possa": o verbo na forma desenvolvida deveria obrigatoriamente concordar com o sujeito "Os clientes". Correção: “Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos para que possam usar de novo.

Comentário: Infinitivo precedido de preposição:
1. Com infinitivo regido de preposição (a, de, sem, para, em), a flexão é facultativa: Trabalhamos no domingo sem reclamar (ou reclamarmos). / Lutam para ser (ou serem) felizes. / Viajaram para resolver (ou resolverem) problemas particulares.

2. Quando a preposição inicia complemento nominal de adjetivos ou substantivos, o infinitivo não se flexiona: Estamos felizes (adjetivo) em ajudar. / Temos a dignidade (substantivo) de pedir desculpas.

3. Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição "de", "por" ou "a", formando locuções verbais com os verbos "estar", "ficar", "andar", "acabar", "começar", "viver", "continuar" e outros semelhantes: estar a estudar (= estar estudando), ficar a dormir (= ficar dormindo), acabaram por sair, começaram a rir, acabaram de sair, etc.

4. Flexiona-se o infinitivo precedido de preposição em alguns casos:

a) se a preposição estiver combinada com artigo (= ao): Apagaram as luzes ao chegarem.
b) se o infinitivo preceder o verbo da oração principal: Para fazerem o trabalho, necessitam de instrumentos adequados.
c) quando o verbo for reflexivo, pronominal ou passivo: Levantaram-se para se cumprimentarem (verbo reflexivo; se = pronome reflexivo recíproco). / Calaram-se para não se aborrecerem (verbo pronominal; se = parte integrante do verbo). / Liguei a máquina para se lavarem as roupas (voz passiva sintética: para se lavarem as roupas = para as roupas serem lavadas; se = pronome apassivador).

a) Item Correto – que o consumidor brasileiro mudasse de hábitos. / A forma verbal "mudasse", singular, concorda com o sujeito "o consumidor brasileiro".
b) Item Correto – “Outros optaram POR VENDÊ-LAS EM BRECHÓS” / por que fossem vendidas em brechós. / O verbo "ser" está no plural, visto que seu sujeito possui forma de plural: "Outros". Observação: A expressão "por que", além de significar "por qual motivo", "pelo qual", "pelos quais", também é equivalente a "para que", indicando finalidade.
c) Item Correto – “O dinheiro APLICADO NO BANCO foi resgatado para adquirir um carro usado” / que se aplicou no banco. / A forma verbal "aplicou" está no singular para concordar com o sujeito paciente "O dinheiro (O dinheiro que se aplicou = O dinheiro que foi aplicado).
d) Item Correto – “Neste Natal, os modelos usados serão a grande aposta das empresas para as vendas de fim de ano, já que os negócios ENVOLVENDO CARROS NOVOS seguem estacionados” / Está no plural o verbo "seguir" para respeitar a concordância com o sujeito "os negócios".

9. A frase em que o verbo OBEDECER tem a mesma regência que em “pois obedece o calendário das fábricas” (3º parágrafo) é a seguinte:

A) Quando dizemos que um indivíduo é disciplinado, não queremos dizer que ele obedece passivamente.
B) A propaganda eleitoral obedece regras injustas.
C) Pouco manda quem quer que muito lhe obedeçam.
D) Um bom burocrata deve obedecer, no relato dos acontecimentos, à ordem cronológica.
E) Sua instalação obedeceu a todos os dispositivos legais em vigor na época.

9. Resposta: B – Tanto em “pois obedece o calendário das fábricas” quanto em "A propaganda eleitoral obedece regras injustas", o verbo "obedecer” foi usado como transitivo direto (obedecer o quê – o calendário das fábricas; o calendário das fábricas = objeto direto / obedecer o quê – regras injustas; regras injustas = objeto direto). A propósito, vejamos o que nos informa o dicionário Aurélio sobre o emprego de "obedecer" como transitivo direto: Pop. Obedecer (1): Obedece o pai. [Ocorre, em bons autores, como t.d.; é melhor, entretanto, na linguagem culta formal, usar a regência indireta.]

Comentário: Na norma culta, o verbo "obedecer" é transitivo indireto, com preposição "a" (quem obedece, obedece a algo ou a alguém). Foi com essa regência que se empregou o verbo nas opções C, D e E. Na opção A, o verbo foi usado como intransitivo.

a) Item Errado – “Quando dizemos que um indivíduo é disciplinado, não queremos dizer que ele obedece passivamente”. / Verbo intransitivo, com o sentido de "executar ordens".
c) Item Errado – “Pouco manda quem quer que muito lhe obedeçam”. / Verbo transitivo indireto (lhe obedeçam: lhe = objeto indireto).
d) Item Errado – “Um bom burocrata deve obedecer, no relato dos acontecimentos, à ordem cronológica”. / Verbo transitivo indireto (deve obedecer à ordem cronológica: à ordem cronológica = objeto indireto).
e) Item Errado – “Sua instalação obedeceu a todos os dispositivos legais em vigor na época”. / Verbo transitivo indireto (obedeceu a todos os dispositivos legais”: a todos os dispositivos legais = objeto indireto).

10. Na frase “O número de produtos À VENDA nas páginas virtuais subiu 9,8%, para 5,6 milhões de unidades” (2º parágrafo), permanece obrigatório o acento grave no “a” com a substituição do termo grifado por:

A) à disposição do consumidor
B) a nossa disposição;
C) a pesquisar;
D) a preço convidativo;
E) a prazo.

10. Resposta: A – Em "O número de produtos À VENDA", a crase é obrigatória antes de "venda", visto que a expressão "à venda” é adjunto adverbial feminino. Sabemos que, se substituirmos a palavra feminina por uma masculina qualquer, houver a correlação "à > ao", ocorrerá crase. Observemos: a correlação com palavra masculina: O número de produtos À VENDA > O número de produtos Ao DISPOR. Pelo mesmo motivo haverá crase com a expressão adverbial feminina "à disposição do consumidor".

Comentário:

b) Item Errado – a nossa disposição / Antes de pronomes possessivos adjetivos (pronomes que precedem substantivos) femininos no singular, a crase é facultativa: produtos à nossa disposição (ou produtos a nossa disposição).
c) Item Errado – a pesquisar / Não ocorre crase antes de verbo.
d) Item Errado – a preço convidativo / Não ocorre crase antes de palavra masculina.
e) Item Errado – a prazo / Não ocorre crase antes de palavra masculina.

11. A opção em que a concordância é facultativa, podendo o verbo, conforme indicado, empregar-se na terceira pessoa do singular ou do plural, é a seguinte:

A) “a procura por eletroeletrônicos, roupas e artigos em geral AUMENTOU no terceiro trimestre deste ano” (2º parágrafo) / aumentaram;
B) “o volume de compras de itens usados pela SOMOU US$ 295 milhões entre julho e setembro” (2º parágrafo) / somaram;
C) “os negócios envolvendo carros novos seguem estacionados 'por serem mais caros', DIZEM os empresários” (5º parágrafo) / diz;
D) “Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos para PODER usar de novo” (8º parágrafo) / poderem;
E) “O número de pedidos AUMENTA 100% a cada mês, desde setembro” (9º parágrafo) / aumentam.

11. Resposta: D – Em “Os clientes estão pegando as peças velhas e fazendo reparos para PODER usar de novo”, a flexão do infinitivo é facultativa (poder ou poderem), visto que o infinitivo está precedido de preposição. Este assunto já foi comentado na questão 8.

Comentário:

a) Item Errado – "a procura por eletroeletrônicos, roupas e artigos em geral AUMENTOU no terceiro trimestre deste ano” / O núcleo do sujeito é singular (procura), por isso o verbo deve ficar no singular (aumentou).
b) Item Errado – “o volume de compras de itens usados pela SOMOU US$ 295 milhões entre julho e setembro” / O núcleo do sujeito é singular (volume), desse modo o verbo deve ficar no singular (somou).
c) Item Errado – “os negócios envolvendo carros novos seguem estacionados 'por serem mais caros', DIZEM os empresários” / A oração apresenta sujeito com núcleo no plural, por conseguinte é obrigatório usar o verbo no plural (dizem).
e) Item Errado – “O número de pedidos AUMENTA 100% a cada mês, desde setembro” / O verbo deve ficar no singular (aumenta), uma vez que o núcleo do sujeito apresenta seu núcleo no singular (número).

12. A passagem do texto em que o uso das vírgulas tem motivação sintática diversa daquela que levou Machado de Assis a empregá-las em “Eu, Brás Cubas, escrevi este romance com a pena da galhofa e a tinta da melancolia” é:

A) “De acordo com dados do Mercado Livre, principal portal da rede, o volume de compras de itens usados pela web somou US$ 295 milhões entre julho e setembro no país” (2º parágrafo);
B) “A rede Conserte, com dez lojas no Rio e 188 funcionários, viu o movimento aumentar 30% desde setembro em relação ao primeiro semestre deste ano” (7º parágrafo);
C) “Fátima Rosana Oliveira, supervisora geral da companhia, lembra que as vendas costumam cair depois de agosto devido ao lançamento da coleção de verão no varejo” (7º parágrafo);
D) “Soraia Vasconcelos, sócia do espaço, diz que não está mais aceitando pedidos” (9º parágrafo);
E) “Sávio Carlos, dono da 'Desculpe eu sou chique', diz que a oferta no espaço aumenta há três meses” (10º parágrafo).

12. Resposta: B – Em “A rede Conserte, com dez lojas no Rio e 188 funcionários, viu o movimento aumentar 30% desde setembro em relação ao primeiro semestre deste ano”, as vírgulas isolam o adjunto adverbial deslocado "com dez lojas no Rio e 188 funcionários".

Comentário: Em “Eu, Brás Cubas, escrevi este romance com a pena da galhofa e a tinta da melancolia”, as vírgulas separam o aposto explicativo "Brás Cubas". Nas demais alternativas, as vírgulas também separam aposto explicativo.

CESPE – Ministério da Integração Nacional – Assistente Técnico-Administrativo – 2009 – Nível Médio

CESPE – Ministério da Integração Nacional – Assistente Técnico-Administrativo – 2009 – Nível Médio

O administrador interino

1. Pádua era empregado em repartição dependente do
2. Ministério da Guerra. Não ganhava muito, mas a mulher
3. gastava pouco, e a vida era barata. Demais, a casa em que
4. morava, assobradada como a nossa, posto que menor, era
5. propriedade dele. Comprou-a com a sorte grande que lhe
6. saiu num meio bilhete de loteria, dez contos de réis.
7. A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio, foi
8. comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes para
9. a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar vir da
10. Europa alguns pássaros etc.; mas a mulher, esta D. Fortunata
11. que ali está à porta dos fundos da casa, em pé, falando à
12. filha, alta, forte, cheia, como a filha, a mesma cabeça, os
13. mesmos olhos claros, a mulher é que lhe disse que o melhor
14. era comprar a casa, e guardar o que sobrasse para acudir às
15. moléstias grandes. Pádua hesitou muito; afinal, teve de ceder
16. aos conselhos de minha mãe, a quem D. Fortunata pediu
17. auxílio. Nem foi só nessa ocasião que minha mãe lhes valeu;
18. um dia chegou a salvar a vida ao Pádua. Escutai; a anedota
19. é curta.
20. O administrador da repartição em que Pádua
21. trabalhava teve de ir ao Norte, em comissão. Pádua, ou por
22. ordem regulamentar, ou por especial designação, ficou
23. substituindo o administrador com os respectivos honorários.
24. Esta mudança de fortuna trouxe-lhe certa vertigem; era antes
25. dos dez contos. Não se contentou de reformar a roupa e a
26. copa, atirou-se às despesas supérfluas, deu joias à mulher,
27. nos dias de festa matava um leitão, era visto em teatros,
28. chegou aos sapatos de verniz. Viveu assim vinte e dois meses
29. na suposição de uma eterna interinidade. Uma tarde entrou
30. em nossa casa, aflito e desvairado, ia perder o lugar, porque
31. chegara o efetivo naquela manhã. Pediu a minha mãe que
32. velasse pelas infelizes que deixava; não podia sofrer
33. desgraça, matava-se. Minha mãe falou-lhe com bondade, mas
34. ele não atendia a coisa nenhuma.
35. Pádua enxugou os olhos e foi para casa, onde viveu
36. prostrado alguns dias, mudo, fechado na alcova, – ou então
37. no quintal, ao pé do poço, como se a ideia da morte teimasse
38. nele. D. Fortunata ralhava:
39. – Joãozinho, você é criança?
40. Mas, tanto lhe ouviu falar em morte que teve medo,
41. e um dia correu a pedir a minha mãe que lhe fizesse o favor
42. de ver se lhe salvava o marido que se queria matar. Minha
43. mãe foi achá-lo à beira do poço, e intimou-lhe que vivesse.
44. Que maluquice era aquela de parecer que ia ficar desgraçado,
45. por causa de uma gratificação a menos, e perder um emprego
46. interino?
Machado de Assis. Dom Casmurro, cap. XVI (com adaptações).

Com relação à interpretação do texto e à significação das palavras nele empregadas, julgue os seguintes itens.

1. No trecho “como se a ideia da morte teimasse nele” (l.37-38), o verbo teimar é sinônimo de embirrar e está empregado em sentido conotativo.

1. Item Errado – O verbo "teimar" está empregado em sentido conotativo (figurado). Além disso "embirrar" significa “teimar insistentemente, com zanga, enfado ou paixão", portanto, no contexto, não poderia substitui adequadamente "teimar".

2. Depreende-se, a partir do texto, que João era prenome de Pádua.

2. Item Correto – Infere-se que o prenome de Pádua era João, uma vez, que a mulher, D. Fortunata, o chamou por esse nome: "– Joãozinho, você é criança?".

3. Depreende-se do texto que a vida de Pádua era financeiramente difícil.

3. Item Errado – Pelos dois primeiros períodos do texto, deduz-se que a vida financeira de Pádua não era difícil: "Não ganhava muito, mas a mulher gastava pouco, e a vida era barata. Demais, a casa em que morava, assobradada como a nossa, posto que menor, era propriedade dele".

4. O termo “Demais” (l.3) tem o mesmo valor que a expressão Além disso.

4. Item Correto – Empregado como conectivo, o termo "demais" significa "ademais", "além disso". A palavra "ademais" possui também o sentido de "outros", "restantes" – pronome indefinido (Vocês ficam aí; os demais podem sair.) e "em demasia", "excessivamente" (Vocês trabalham demais.).

5. Durante o período em que substituiu o administrador da repartição, Pádua foi remunerado pelo exercício dessa função.

5. Item Correto – É correto afirmar que, durante o período em que substituiu o administrador da repartição, Pádua foi remunerado pelo exercício dessa função. Isso está comprovado no texto: "(...) Pádua (...) ficou substituindo o administrador com os respectivos honorários".

6. Entre os trechos que justificam o título do texto, inclui-se o seguinte: “Pádua, ou por ordem regulamentar, ou por especial designação, ficou substituindo o administrador” (l.-23).

6. Item Correto – O trecho “Pádua, ou por ordem regulamentar, ou por especial designação, ficou substituindo o administrador” justifica o título do texto – O administrador interino –, uma vez que "interino" significa "aquele que exerce funções provisórias na falta ou impedimento do funcionário efetivo".

7. A palavra “fortuna”, em “Esta mudança de fortuna” (l.24), foi empregada no sentido de grande quantidade de dinheiro.

7. Item Errado – A palavra “fortuna”, em “Esta mudança de fortuna”, foi usada no sentido de "sina", "sorte", "destino".

Julgue os itens de 8 a 20 com relação a aspectos gramaticais e ortográficos do texto.

8. A expressão “salvar a vida ao Pádua” (l.18) pode ser adequadamente interpretada como salvar a vida do Pádua, literalmente.

8. Item Correto – A expressão “salvar a vida ao Pádua” significa literalmente (literalmente = no sentido real) "salvar a vida do Pádua", como se pode depreender do trecho a seguir: "Mas, tanto lhe ouviu falar em morte que teve medo, e um dia correu a pedir a minha mãe que lhe fizesse o favor de ver se lhe salvava o marido que se queria matar".

9. A forma verbal “Escutai” (l.18) está flexionada no modo subjuntivo e indica a incerteza do falante a respeito do que está dizendo.

9. Item Errado – A forma verbal “Escutai” está flexionada no modo imperativo e tem o objetivo de estabelecer uma interação com o leitor, ou seja, o autor cria uma intimidade com seu leitor, fazendo com que ambos, autor e leitor, compartilhem o mesmo pensamento.

10. A palavra “repartição” (l.1) diz respeito a uma área administrativa específica do “Ministério da Guerra” (l.2). Com esse mesmo sentido, o autor poderia ter empregado a palavra cessão.

10. Item Errado – Com sentido de "repartição", o autor poderia ter empregado o vocábulo "seção".
Observação: seção ou secção = repartição; cessão = doação, autorização, concessão; sessão = espaço de tempo de uma determinada reunião.

11. A substituição da preposição “em” por de na expressão “era empregado em repartição” (l.1) implica que a repartição onde Pádua trabalhava era necessariamente o órgão empregador.

11. Item Correto – Com a expressão "era empregado em repartição”, percebe-se que "repartição" era o local onde Pádua trabalhava (Onde trabalhava? Resposta: Em repartição.). Caso a preposição "em" fosse substituída por "de", "repartição" indicaria necessariamente o órgão empregador, pois corresponderia a "repartição empregava Pádua" ("repartição" seria o agente do "emprego de Pádua".

12. A vírgula empregada imediatamente antes da expressão “dez contos de réis” (l.6) pode ser substituída por dois pontos ou por travessão, sem prejuízo para a coerência e a correção do texto.

12. Item Correto – A expressão “dez contos de réis” é um aposto explicativo, e o aposto explicativo em fim de frase pode ser isolado por vírgula, travessão, dois pontos ou travessão.

13. Em “mandar vir da Europa alguns pássaros” (l.9-10), a forma verbal “vir” poderia concordar com a expressão nominal “alguns pássaros”, que é o sujeito desse verbo.

13. Item Correto – Com auxiliares causativos (deixar, mandar, fazer e sinônimos) e sensitivos (ver, ouvir, sentir e sinônimos), se o sujeito vier depois do infinitivo, a flexão desse infinitivo é facultativa, embora a tendência é não flexioná-lo: "mandar vir da Europa alguns pássaros" ("pássaros" é sujeito) ou mandar virem da Europa alguns pássaros (= mandar os pássaros virem).

14. No trecho “a mulher é que lhe disse” (l.13),expressão “é que” confere ênfase ao elemento que exerce a função de sujeito da oração.

14. Item Correto – Nesta frase, a expressão "é que" não exerce função gramatical e pode ser retirada do texto, sem provocar prejudicar sintaticamente o texto. Serve apenas para destacar o sujeito.

15. A expressão nominal “D. Fortunata” é empregada, no texto, sem artigo. Por essa razão, caso a palavra sublinhada em “deu joias à mulher” (l.26) fosse substituída por “D. Fortunata”, o acento grave sobre o a que sucede “joias” não deveria ser empregado.

15. Item Correto – Em princípio não se usa artigo com a palavra "dona", por isso não pode ocorrer crase. O "a" é apenas preposição, que é exigida pelo verbo "dar" (dar algo a alguém). Se o termo "dona" estiver determinado, haverá crase: Deu joias à simpática Dona Fortunata.

16. No trecho “foi para casa, onde viveu prostrado alguns dias” (l.35-36), o pronome relativo tem valor possessivo, indicando que a casa a que o autor se refere pertence a Pádua.

16. Item Errado – O pronome relativo "onde" indica lugar. O único pronome relativo que tem valor possessivo é "cujo" e flexões. Pode ser substituído pelo possessivo "seu" e flexões. Exemplo: Esta é a casa cujas janelas dão vista para o mar (= Esta é a casa. Suas janelas dão vista para o mar.).

17. O último período do texto poderia ter sido introduzido por um travessão, uma vez que corresponde a uma transcrição literal de fala, denominada discurso direto.

17. Item Errado – O período "Que maluquice era aquela de parecer que ia ficar desgraçado, por causa de uma gratificação a menos, e perder um emprego interino?" não poderia ser introduzido por travessão, uma vez que está em discurso indireto livre. Segundo "Nova Gramática do Português Contemporâneo", de Celso Cunha e Lindley Cintra, o discurso indireto livre "aproxima narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono". O discurso indireto livre não é introduzido por travessão nem se isola por aspas.

“Discurso indireto livre é uma modalidade de técnica narrativa, resultante da mistura dos discursos direto e indireto, sendo um processo de grande efeito estilístico.
Por meio dele, o narrador pode, não apenas reproduzir indiretamente falas da personagens, mas também o que elas não falam, mas pensam, sonham, desejam, etc. Neste caso, discurso indireto livre corresponde ao monólogo interior das personagens, mas expresso pelo narrador.
As orações do discurso indireto livre são, em regra, independentes, sem verbos dicendi. O foco narrativo deve ser de terceira pessoa. Esse discurso é muito empregado na narrativa moderna, pela fluência e ritmo que confere ao texto. Para produzir discurso indireto livre que exprima o mundo interior da personagem, o narrador precisa ser onisciente”. (pt.wikipedia.org/wiki/Discurso_indireto_livre. Acesso: 10/8/2009)

18. Os pronomes empregados em “quando lhe saiu o prêmio” (l.7) e “atirou-se às despesas supérfluas” (l.26) devem ser interpretados como reflexivos.

18. Item Errado – É verdade que o pronome "se" é pronome reflexivo (se = a si mesmo), mas "lhe" é pessoal obliquo.

19. O verbo empregado em “chegara o efetivo” (l.31) pode ser substituído pela locução verbal tinha chegado, sem prejuízo para a interpretação do texto.

19. Item Correto – A forma verbal "chegara" poderia ser substituída por "tinha chegado", visto que o mais-que-perfeito composto é formado pelo imperfeito de "ter" ou "haver" mais o particípio: Ele chegara = Ele tinha (ou havia) chegado.

20. Em “chegara o efetivo” (l.31) e “velasse pelas infelizes” l.32), “efetivo” remete ao administrador da repartição e “infelizes”, à mulher e à filha de Pádua.

20. Item Correto – Em “chegara o efetivo” e “velasse pelas infelizes”, “efetivo” remete anaforicamente ao administrador da repartição, e “infelizes”, à mulher e à filha de Pádua. Vejamos a substituição: "Uma tarde entrou em nossa casa, aflito e desvairado, ia perder o lugar, porque chegara o administrador da fazenda (efetivo) naquela manhã". / "Pediu a minha mãe que velasse pela mulher e a filha de Pádua (as infelizes) infelizes que deixava; não podia sofrer desgraça, matava-se".

O sentido original do texto seria mantido com a substituição

21. do conector “afinal” por portanto, em “Pádua hesitou muito; afinal, teve de ceder aos conselhos de minha mãe” (l.15-16).

21. Item Errado – O conectivo "afinal" introduz uma justificativa para o que foi dito anteriormente (O fato de ter de ceder aos conselhos justifica a hesitação do Pádua.); já "portanto" introduziria uma conclusão, isto é, uma consequência lógica de uma premissa. Exemplo: Você estudou muito. Portanto fará uma boa prova (O fato de ter estudado muito leva-nos a dedução lógica de que fará uma boa prova.).

22. dos conectivos “ou (...) ou (...)” por tanto (...) quanto (...), em “Pádua, ou por ordem regulamentar, ou por especial designação, ficou substituindo o administrador” (l.21-23).

22. Item Errado – A locução conjuntiva "ou ... ou" introduz um sentido de alternativa: a opção apresentada ("por especial designação") implica a exclusão da primeira ("ordem regulamentar"). A locução "tanto ..." quanto" denota adição.

23. do conector “e” pela conjunção porque, em “mas a mulher gastava pouco, e a vida era barata” (l.2-3).

23. Item Errado – O conectivo "e" introduz uma adição; já "porque" iniciaria uma justificativa para o que se disse anteriormente.

24 do conector “posto que” por embora, em “a casa em que morava (...), posto que menor, era propriedade dele” (l.3-5).

24. Item Correto – Os conectivos "embora" e "posto que" são semanticamente equivalentes: exprimem concessão, ou seja, admitem uma razão que se concede, mas incapaz de impedir o fato expresso na oração principal.

25. do conector “para” por a fim de, em “e guardar o que sobrasse para acudir às moléstias grandes” (l.14-15).

25. Item Correto – Os conectivos "para" e "afim de" são sinônimos e denotam finalidade.

Texto para os itens de 51 a 57

1. [Tipo do expediente] n.º 43/SCO-MI
2. Brasília, 12 de junho de 2009.

3. [Vocativo]

4. Convido Vossa Excelência a participar da sessão de
5. abertura do seminário Ecoturismo no Centro-Oeste, a ser
6. realizado em 27 de julho próximo, às 9 h, no auditório do
7. Centro de Convenções, nesta capital.
8. Certo de contar com sua presença, reitero meu
9. sentimento de apreço e estima por Vossa Excelência.

10. [fecho]

J Silva
João da Silva
13. Secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste-MI

14. A Sua Excelência o Senhor
15. Senador José Moraes
16. Senado Federal

Com base nas normas de redação de documentos oficiais do Poder Executivo, julgue os itens a seguir com relação ao correto preenchimento dos espaços designados pelos colchetes.

26. O segundo colchete (l.3) deve ser preenchido com o vocativo “Senhor Senador,”.

26. Item Correto – O vocativo adequado para senador é "Senhor Senador,”. Observemos o que diz o Manual de Redação da Presidência da República: "O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos Chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal.

As demais autoridades serão tratadas com o vocativo Senhor, seguido do cargo respectivo:

Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,"

27. O fecho do expediente (l.10) deve conter as saudações Abraços ou Cumprimentos protocolares, a depender do grau de intimidade entre signatário e destinatário.

27. Item Errado – Os documentos oficiais caracterizam-se pela impessoalidade, portanto não devem usar conter traços característicos da subjetividade, isto é, não deve haver impressões pessoais de quem elabora o texto. A propósito, reproduzimos um trecho do Manual de Redação da Presidência da República:

"Fechos para Comunicações

O fecho das comunicações oficiais possui, além da finalidade óbvia de arrematar o texto, a de saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que estabelecia quinze padrões. Com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, este Manual estabelece o emprego de somente dois fechos diferentes para todas as modalidades de comunicação oficial:

a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente,
b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente,

Ficam excluídas dessa fórmula as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do Ministério das Relações Exteriores”.

28. Por se tratar de convite oficial, o tipo de expediente recomendado é o memorando, devendo o primeiro colchete (l.1) ser preenchido com o termo Memorando ou com a abreviatura Memo.

28. Item Errado – O documento em questão é um ofício, e não memorando, visto tratar-se de correspondência externa. Alem disso a abreviação de memorando é "Mem.", e não "Memo".

Memorando: "É a correspondência interna empregada entre as unidades administrativas de um órgão, sem restrições hierárquicas e temáticas". (Manual de Redação da Câmara dos deputados) / Trata-se de documento de comunicação interna.
Ofício: "É o documento destinado à comunicação oficial entre órgãos da administração pública e de autoridades para particulares.Manual de Redação da Câmara dos deputados) / Trata-se de documento de comunicação externa.

Simulado 2 para a Polícia Rodoviária Federal

SIMULADO 2 para a Polícia Rodoviária Federal (FUNRIO – Corpo de Bombeiro – Assistente Social – Nível Superior – 2008)

Sobre a morte e o morrer
Rubem Alves

O que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define?

Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias...

Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”

Dona Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...” Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, uma cama - de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o eu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido elos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se
define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da
beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me". Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
(Texto publicado no jornal “Folha de São Paulo”, Caderno “Sinapse” do dia 12-10-03. fls 3.)


1. As citações que o autor faz de Mário Quintana, Cecília Meireles, Dona Clara e Albert Schweitzer apresentam, em comum:

A) o questionamento da medicina.
B) o medo da morte.
C) a valorização da vida.
D) a fragilidade ética.
E) a crença na vida depois da morte.

1. Resposta: C – As citações que o autor faz de Mário Quintana, Cecília Meireles, Dona Clara e Albert Schweitzer apresentam, em comum a valorização da vida. Justifica-se a afirmação anterior com trechos do texto: "Mário Quintana: '(...) O diabo é deixar de viver.'"; "Cecília Meireles sentia algo parecido: 'Que pena a vida ser só isto...” ; Dona Clara: 'Mas, que pena! A vida é tão boa...'; "Aprendi com Albert Schweitzer que a 'reverência pela vida' é o supremo princípio ético do amor".

Comentário: Nas citações, não há referência ao medo da morte, à valorização da vida à fragilidade ética nem à crença na vida depois da morte.

2. No título do texto lido, os vocábulos “morte” e “morrer” são substantivos

A) verbos.
B) substantivos.
C) adjetivos.
D) artigos.
E) pronomes.

2. Resposta: B – No título do texto lido, os vocábulos “morte” e “morrer” são substantivos: "morte" é substantivo derivado do verbo "morrer"; o vocábulo "morrer" é formado por derivação imprópria, também chamada de conversão, que consiste na mudança de classe gramatical, mantendo a forma original. Por causa do artigo "o", o verbo passou a substantivo.

3. “Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.”, no fragmento ocorre um(a):

A) eufemismo.
B) personificação.
C) onomatopéia.
D) comparação.
E) metonímia.

3. Resposta: A – "Eufemismo" é a substituição de termos fortes por mais suaves. No fragmento “Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.”, o autor substituiu o verbo "morrer" por uma expressão mais branda – "tocar de novo o acorde final".

4. O único elemento que não faz parte da estratégia argumentativa do texto lido é:

A) a preferência por verbos no presente.
B) a inserção de depoimento pessoal.
C) a exemplificação.
D) a presença de testemunhos autorizados.
E) o uso de argumentos de autoridade.

4. Resposta: A – Embora uma das marcas linguísticas do texto argumentativo seja o emprego dos verbos no presente, visto que nesses textos não ocorre temporalidade, isto é, não há progressão temporal dos acontecimentos, o autor utilizou abundantemente os verbos no pretérito imperfeito e no pretérito perfeito, marcas, respectivamente, da descrição e da narração. O autor valeu-se de sequências descritivas e narrativas como estratégia argumentativa, ou seja a descrição e a narração servem como argumentos a favor da tese defendida.

Comentário: Estratégias argumentativas são os recursos de que se utiliza o autor para defender sua tese. O depoimento pessoal, a exemplificação, a presença de testemunhos autorizados e o uso de argumentos de autoridade estão presentes no texto. Vejamos a seguir:

b) Item Correto –
Exemplo de inserção de depoimento pessoal: "Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade".
c) Item Correto – Exemplo de "exemplificação": "Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?".
d) Item Correto – Exemplo da "presença de testemunhos autorizados" (= afirmações feitas por pessoas que possuem credibilidade e que têm experiência no assunto): Dona Clara: 'Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa...'.
e) Item Correto – Exemplo do uso de "argumentos de autoridade" (argumento baseado na opinião de especialistas no assunto): "Dizem as escrituras sagradas: 'Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer'".

5. “Dizem as escrituras sagradas (...)”, a forma plural do verbo se justifica porque:

A) possui sujeito composto.
B) inicia a oração principal.
C) trata-se de sujeito indeterminado.
D) é caso de impessoalidade verbal.
E) concorda com sujeito plural.

5. Resposta: E – O sujeito de "Dizem" apresenta forma no plural: as escrituras sagradas. Na ordem direta, teríamos: As escrituras sagradas dizem (...).

6. No fragmento "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver.", o emprego das aspas justifica-se por:

A) dar ênfase ao trecho.
B) revelar a falta de coerência.
C) fragmentar o discurso do narrador.
D) destacar uma ironia.
E) indicar a citação do discurso alheio.

6. Resposta: E – O uso das aspas em "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." justifica-se por indicar a citação do discurso alheio, ou seja, transcreve as palavras de Mário Quintana.

7. (adaptada) A acentuação do vocábulo “últimos” no fragmento “Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho...” justifica-se pela mesma regra segundo a qual é acentuada a palavra:

A) inútil.
B) faróis.
C) possível.
D) ética.
E) também.

7. Resposta: D – Os vocábulos "últimos" e "ética" são acentuados pela mesma regra: proparoxítonos (acentuam-se todos os proparoxítonos).

Comentário:

a) Item Errado – inútil: paroxítona terminada em L.
b) Item Errado – faróis: ditongo aberto das oxítonas. Observação: Acentuam-se os ditongos abertos dos monossílabos tônicos (céu, réis, sóis, etc.) e das oxítonas (anzóis, chapéus, papéis, etc.). Com o Acordo ortográfico, não se acentuam mais os ditongos abertos das paroxítonas: claraboia, geleia, estreia, etc.
c) Item Errado – possível: paroxítona terminada em L.
e) Item Errado – também: oxítona terminada em EM.

8. O neologismo "morienterapia" é um vocábulo formado por:

A) derivação sufixal.
B) derivação prefixal.
C) parassíntese.
D) derivação regressiva.
E) composição.

8. Resposta: E – Composição é a formação de palavras que ocorre pela união de dois ou mais radicais. O vocábulo "morienterapia" é uma palavra composta pela união de "moriente" (= agonizante) + terapia.

Comentário: Há dois tipos de composição: aglutinação e justaposição.

1. Aglutinação: há perda ou mudança fonética. Exemplos: planalto (plano + alto) - houve perda do fonema "o" em "plano"; pernilongo (perna + longa) – o fonema "a" (de "perna") mudou para "i", e o fonema "o" (de "longa") mudou para "a"; morienterapia (moriente + terapia) – ocorreu a perda da sílaba "te" (de "moriente").
2. Justaposição: não há alteração de fonemas. Exemplos: pontapé (ponta + pé); bem-me-quer (bem + me + quer).

9. A vírgula é usada para separar o vocativo em:

A) “Nem barcas, nem gaivotas.”
B) "Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.”
C) “Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho.”
D) “Eu também, da minha forma, luto pela vida.”
E) "Papai, quando você morrer...”

9. Resposta: E – Em "Papai, quando você morrer...”, o vocábulo "Papai" é vocativo, pois é o termo que põe em evidência o ser a quem a criança se dirige. Pode ser precedido pela interjeição "Ó" (= "Ó Papai, quando você morrer...”.

Comentário:

a) Item Errado – “Nem barcas, nem gaivotas.” / A vírgula separa a oração coordenativa "nem gaivotas". Com o conectivo "nem" repetido", a vírgula é facultativa.
b) Item Errado – "Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.” / As vírgulas isolam o aposto explicativo "menina de três anos", expressão que desenvolve o sentido do pronome "Ela".
c) Item Errado – “Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho.” / A vírgula separa o predicativo "já velho".
d) Item Errado – “Eu também, da minha forma, luto pela vida.” / As vírgulas, facultativas, separam o adjunto adverbial deslocado "da minha forma".

10. O vocábulo “que” só não é pronome relativo em:

A) “Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar”
B) “em meio às pessoas que se ama”
C) “Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara”
D) “Minha filha, sei que minha hora está chegando...”
E) “O que sinto é uma enorme tristeza”

10. Resposta: D – No fragmento “Minha filha, sei que minha hora está chegando...”, o vocábulo "que" é conjunção integrante, uma vez que introduz uma oração substantiva. No caso, introduz uma oração objetiva direta. O vocábulo "que é conjunção integrante quando "que" + oração = ISSO: “Minha filha, sei que minha hora está chegando...” = “Minha filha, sei ISSO.

Comentário: O termo "que" é pronome relativo quando retoma um termo anterior; pode ser substituído por "o qual", "os quais", "a qual", "as quais".

a) Item Errado – “Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar”. / "que" = o qual; retoma "dedo".
b) Item Errado – “em meio às pessoas que se ama”. / "que" = as quais; retoma "pessoas".
c) Item Errado – “Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara”. / "que" = a qual; retoma "pergunta".
e) Item Errado – “O que sinto é uma enorme tristeza”. / "que" = o qual; retoma o pronome demonstrativo "O", equivalente a "Aquilo".

Observação: As próximas questões não faziam parte da prova original.

11. "Já tive medo da morte.".
"Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai."

Os vocábulos destacados:

A) desempenham a mesma função sintática.
B) são, respectivamente, adjunto adnominal e complemento nominal.
C) são, respectivamente, complemento nominal e adjunto adnominal nominal.
D) são, respectivamente, complemento nominal e objeto indireto.
E) são, respectivamente, adjunto adnominal e objeto indireto.

11. Resposta: A – Nos dois casos, os termos sublinhados exercem a função de complemento nominal:
Em "Já tive medo da morte.", a expressão "da morte" completa o sentido do substantivo abstrato "medo". Observemos que a "morte" é o alvo do "medo" (quem tem medo, tem medo de algo).
Em "Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai.", o termo "lhe" completa o sentido do adjetivo "insuportável". Na ordem direta, teríamos: A visão do sofrimento do pai era insuportável (adjetivo) a ele (lhe = a ele).

12. "A vida é tão boa! Não quero ir embora...".
Sobre os dois períodos acima, é correto dizer:

A) o primeiro expressa consequência em relação ao segundo.
B) o segundo expressa causa em relação ao primeiro.
C) os dois se opõem semanticamente.
D) os dois mantêm entre si uma relação de adição.
E) o conectivo "visto que" poderia unir adequadamente os dois períodos.

12. Resposta: A – Em "A vida é tão boa! Não quero ir embora...", o primeiro período expressa consequência em relação ao segundo, isto é, o fato de não querer ir embora é a consequência (= efeito) de a vida ser tão boa (= causa).

Comentário:

b), c) e d) Itens Errados – Já vimos na alternativa A que o primeiro período expressa consequência; o segundo, causa.
e) Item Errado – O conectivo que poderia unir adequadamente os dois períodos seria "por isso", "portanto" e sinônimos, indicando consequência: "A vida é tão boa, por isso não quero ir embora..."

13. No trecho 'Não chore, que eu vou te abraçar...', o conectivo "que" é:

A) pronome relativo.
B) conjunção integrante.
C) conjunção explicativa.
D) conjunção causal.
E) advérbio.

13. Resposta: C – No trecho 'Não chore, que eu vou te abraçar...', o conectivo "que" , equivalente a "pois", é conjunção explicativa, já que introduz a justificativa para o que se afirma na oração anterior.

14. No período "Não sabia o que dizer", o termo "o":

A) é pronome pessoal.
B) exerce função sintática de objeto direto da oração adjetiva restritiva.
C) exerce função sintática de objeto direto da oração principal.
D) exerce função sintática de objeto direto da oração adjetiva restritiva.
E) é pronome pessoal oblíquo.

14. Resposta: C – No período "Não sabia o que dizer", o termo "o", equivalente a "aquilo", é pronome demonstrativo.

Comentário: Analisemos sintaticamente o período "Não sabia o que dizer":
Primeira oração (= oração principal): Não sabemos o (= aquilo). / sujeito: Nós (subentendido pela desinência verbal "mos"; núcleo do predicado verbal: sabemos; objeto direto: o (= aquilo) (quem sabe, sabe algo; "o" completa o sentido do verbo "saber").
Segunda oração (oração adjetiva restritiva, pois é iniciada pelo pronome relativo "que"; essa oração restringe o sentido do pronome demonstrativo "o"): que (= o = aquilo) dizer. / Ordem direta: dizer que (= o = aquilo); como "que" completa o sentido do verbo dizer, é objeto direto. Observemos que o pronome relativo "que" é o objeto direto gramatical do verbo "dizer", representando semanticamente o vocábulo "o".

15. "Dona Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura."(l. 15-17)
Sobre os três períodos acima, é correto afirmar que:

A) o 1° é narrativo, e o 2° e o 3°, descritivos.
B) o 1° é descritivo, e o 2° e o 3°, narrativos.
D) o 1° e o 2° são narrativos, e o 3°, descritivo.
C) o 1° é descritivo, e o 2° e 3°, argumentativos.
E) o 1° e o 2° são descritivos, e o 3°, argumentativos.

15. Resposta: C – O primeiro período e o terceiro são descritivos. Observemos que o autor caracteriza a personagem "Dona Clara". Nesses dois períodos não há mudança de estado (a personagem é caracterizada num determinado momento), por isso não ocorre narração; os verbos no pretérito imperfeito ("era" e "vivia") são marcas descritivas; a presença do predicado nominal (primeiro período) também é característica da descrição; a presença de predicativo (velhinha) e de adjuntos adnominais (de 95 anos, mansa) dão expressividade à descrição.
O terceiro período é narrativo. A sequência narrativa é caracterizada pela mudança temporal, indicando transformação do estado inicial. Observemos que a locução adverbial "De repente" indica que ocorreu uma mudança de situação inicial; o verbo no pretérito perfeito, indicando uma sucessividade de ações, é uma das características das sequências narrativas.

16. "Eram 6h. Minha filha me acordou.".
"Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: (...)".
"Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue.".
O pronome "me", nas três ocorrências, exerce a função sintática de:

A) direto nas três ocorrências.
B) objeto direto, objeto indireto, objeto indireto, respectivamente.
C) objeto indireto nas três ocorrências.
D) objeto indireto, objeto indireto, objeto direto, respectivamente.
E) objeto indireto, objeto direto, objeto direto, respectivamente.

16. Resposta: B – O pronome "me", nas três ocorrências, exerce a função sintática de objeto direto, objeto indireto, objeto indireto, respectivamente.

Comentário: Em "Eram 6h. Minha filha me acordou.", o verbo "acordar" é transitivo direto (quem acorda, acorda alguém), portanto "me" é objeto direto. No trecho "Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: (...), o verbo "fazer é transitivo direto e indireto: fazer algo (= a pergunta > objeto direto) a alguém (= me > objeto indireto). No período "Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue.", o verbo "dizer" é transitivo direto e indireto: dizer algo (= que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue > objeto direto) a alguém (= me > objeto indireto.

17. No trecho "Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara:", o segundo verbo está no pretérito mais-que-perfeito do indicativo visto que:

A) exprime uma ação durativa.
B) exprime probabilidade sobre fatos atuais.
C) exprime um fato passado habitual.
D) exprime uma ação concluída.
E) indica uma ação uma ação anterior a outra ação passada.

17 Resposta: E – A forma verbal "imaginara", pretérito mais-que-perfeito do indicativo, indica que a ação de "imaginar" ocorreu antes de "fazer a pergunta". Sabemos que, quando ocorrem duas ações, o pretérito mais-que-perfeito indica a ação anterior, e o pretérito perfeito, a posterior. Exemplo: Quando você chegou, a aula já começara (ou tinha começado): Primeiro, começou a aula; depois, você chegou.

18. No fragmento 'Que pena a vida ser só isto...', o vocábulo "Que" classifica-se como:

A) pronome indefinido adjetivo.
B) advérbio.
C) pronome relativo.
D) preposição.
E) conjunção explicativa.

18. Resposta: A – Em 'Que pena a vida ser só isto...', o vocábulo "Que" classifica-se como pronome indefinido adjetivo, visto que precede o substantivo "pena"; exerce a função de adjunto adnominal.

19. "O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo;(...)".
O termo em destaque pode haja alteração de sentido, por:

A) porquanto.
B) conquanto.
C) se bem que.
D) posto que.
E) portanto.

19. Resposta: A – A oração "porque já não sou mais dono de mim mesmo" indica a razão do que se afirma na oração anterior (sem que eu nada possa fazer), ou seja, o autor não pode fazer nada visto que já não é dono de si mesmo. Assim, o conectivo "porque" é causal, podendo ser substituído pelos sinônimos "porquanto", "visto que", "pois", "já que", "uma vez que", etc.

Comentário:

b) Item Errado – conquanto: conjunção concessiva;
c) Item Errado – se bem que: conjunção concessiva;
d) Item Errado – posto que : conjunção concessiva;
e) Item Errado – portanto: conjunção conclusiva.

20. "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?".
"O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, (...)".
Nas frases acima, os conectivos sublinhados expressam, respectivamente:

A) finalidade e modo.
B) finalidade e oposição.
C) causa e consequência.
D) consequência e oposição.
E) finalidade e consequência.

20. Resposta: A – Nas frases acima, os conectivos sublinhados expressam, respectivamente: finalidade e modo.

Comentário:

"O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". / A finalidade (= objetivo) do aumento da dose dos analgésicos é o fim do sofrimento do pai.
"O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, (...)". / O conectivo “sem que” denota o modo como ocorre o fato expresso na oração principal (De que modo o morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade? Resposta: eu nada possa fazer = desse modo).

Simulado 1 da Polícia Rodoviária Federal

Simulado 1 para a Polícia Rodoviária Federal (FUNRIO – Prefeitura de Niterói / RJ – Auditor – 2008 – Nível Superior)

Capitalismo estúpido
Léo Lince


1. O cidadão brasileiro se enche de indignação e tristeza ao ler
2. nos jornais o calvário de compatriotas nossos, humilhados e ofendidos
3. em terra estrangeira, como atesta o noticiário recente sobre
4. episódios acontecidos no aeroporto de Madri. A simples exibição
5. do passaporte brasileiro, a julgar pelo relato dos vitimados, funciona
6. como senha para o alerta policial e desencadeia o tratamento
7. ríspido contra aqueles que, depois, serão deportados aos magotes.
8. Sem dúvida, discriminação odiosa. Uma onda de protestos
9. percorreu, com a rapidez de um raio, as seções de cartas de leitores
10. de todos os jornais. Apesar da quantidade, apenas uma pequena
11. mostra do desagrado geral. Diante de tal reação, até o governo
12. ensaiou providências: alguma retaliação e busca de
13. reciprocidade. Medidas necessárias para dar alguma satisfação,
14. mas de eficácia duvidosa, pois apenas tangenciam o problema. O
15. buraco é mais embaixo.
16. O embaixador da Espanha no Brasil, com sua barba de
17. Quixote e pança de Sancho, não julga ser o caso de pedir
18. desculpas. Segundo ele, são as normas da União Européia,
19. indispensáveis diante do crescimento avassalador do
20. número de brasileiros que buscam na Europa trabalho e
21. sobrevivência. Estamos, ao lado dos irmãos africanos e latinos,
22. na lista dos indesejados. E, para tais casos, afirma peremptório:
23. a polícia de fronteiras é a instância irrecorrível. E ponto final.
24. Só faltou agregar, em estilo real, o “porque não te calas!”.
25. A fala do senhor embaixador, embora inaceitável, nos remete
26. para o “x” do problema. Até parece que a mãe gentil já não abriga
27. mais os filhos deste solo, que agora padecem humilhações
28. diante de portas hostis. O país é um continente imenso e
29. pleno de riquezas, não está abalado por guerra ou catástrofe
30. natural, ainda assim se avoluma o contingente de jovens que
31. buscam sobrevida nos quatro cantos do mundo: na Europa,
32. América, Canadá, Japão, Austrália. A economia, dizem os do governo,
33. vai bem: o PIB cresceu, a dívida foi paga em dia, os exportadores
34. e banqueiros estão ganhando rios de dinheiro. Como explicar,
35. em tal quadro, essa verdadeira diáspora dos brasileiros?
36. “É a economia, estúpido!”. A famosa e arrogante advertência
37. do marqueteiro eleitoral americano fornece a pista para entender
38. as diferentes facetas do problema em pauta. As razões pelas
39. quais os jovens pobres estão sendo arremessados para fora do
40. Brasil são as mesmas que lhes fecham as portas na
41. Espanha. O capitalismo puro e duro da supremacia financeira é
42. um ponto de inflexão no processo civilizatório. No regime
43. que eles inventaram, o ser humano, mais do que exceção, é um
44. estorvo. A saúde reluzente da moeda e a liberdade total para o
45. fluxo dos capitais são as prioridades máximas do horror econômico
46. que nos governa a todos.
47. Na Espanha, neste momento, a economia vai mal. Logo, a vista
48. grossa que faziam antes, no surto de crescimento, para a entrada de
49. mão de obra barata foi substituída pelo rigor da deportação
50. dos indesejados. No Brasil, neste momento, a economia vai bem.
51. Mas a natureza excludente do modelo segue triturando o mundo do
52. trabalho: os desvalidos nos currais compensatórios e os jovens
53. tentando a sorte no território pedregoso da terra estrangeira. A
54. advertência famosa, sem a vírgula e com outro substantivo, fornece
55. a mais completa explicação para o quadro atual: é o capitalismo
56. estúpido.
(Disponível em http://www.correiocidadania.com.br, acesso:13/03/2008)

1. Em sua argumentação, o autor do texto estabelece, respectivamente, uma relação de causa e consequência entre:

A) onda de protestos de leitores de todos os jornais / calvário de compatriotas em terras estrangeiras.
B) normas da União Européia / pedido de desculpas do embaixador.
C) crescimento do PIB / diáspora brasileira.
D) capitalismo estúpido / mundo do trabalho triturado.
E) jovens tentando a sorte no exterior / modelo econômico excludente.

1. Resposta: D – O "capitalismo estúpido" é a causa do "mundo do trabalho triturado". Dito de outro modo: Porque existe capitalismo estúpido (= causa), a consequência (= resultado, efeito) é a existência de mundo do trabalho triturado.

Comentário:

a) Item Errado – Relação de consequência / causa: A onda de protestos de leitores de todos os jornais é o resultado (= consequência) do calvário de compatriotas em terras estrangeiras (= causa). Observação: A expressão que indica causa pode ser iniciada pelo conectivo "porque"; a que indica consequência, pelo conectivo "por isso": Ocorreu uma onda de protestos porque os compatriotas passavam um calvário em terras estrangeiras. (= Os compatriotas passavam um calvário em terras estrangeiras por isso ocorreu uma onda de protestos.)
b) Item Errado – Aqui não há uma relação do tipo lógico de causa / consequência, mas de razão-justificativa, isto é, uma explicação: as normas da União Europeia justificam o não pedido de desculpas do embaixador. Observemos que as normas da União Europeia não são um argumento suficiente para que o embaixador não pedisse desculpas, uma vez que, apesar das normas, ele, por educação e respeito, poderia fazer isso.
c) Item Errado – Em "crescimento do PIB / diáspora brasileira" há nexo de concessão, o que significa dizer que, apesar do crescimento do PIB, continua a diáspara brasileira. Notemos que "crescimento do PIB" é um argumento contrário à diáspara, mas incapaz de impedir esse deslocamento forçado de brasileiros para o exterior.
e) Item Errado – Aqui, à semelhança da alternativa A, existe uma relação de consequência / causa: jovens tentando a sorte no exterior por causa modelo econômico excludente. Em outras palavras: jovens tentando a sorte no exterior é o resultado (= consequência) do modelo econômico excludente.

2. O fenômeno da intertextualidade só NÃO se observa em:

A) “barba de Quixote e pança de Sancho”.
B) “porque não te calas!”.
C) “mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo”.
D) “É a economia, estúpido!”.
E) “O capitalismo puro e duro da supremacia financeira é um ponto de inflexão no processo civilizatório.”.

2. Resposta: E – A frase "O capitalismo puro e duro da supremacia financeira é um ponto de inflexão no processo civilizatório" não faz alusão a nenhum outro texto.

Comentário: Intertextualidade é uma referência, implícita ou explícita, a outros textos. É explícita quando o autor cita as fontes; é implícita quando o autor não cita as fontes do intertexto. Para identificar a intertextualidade implícita, é necessário que o leitor e o autor do texto partilhem de um mesmo conhecimento prévio, ou seja, o leitor precisa conhecer o texto a que se referiu o autor.

a) Item Errado – “barba de Quixote e pança de Sancho” / Faz alusão aos personagens Dom Quixote de La Mancha e Sancho Pança, presentes no livro Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes.
b) Item Errado – “porque não te calas!”. / Remete à frase do rei da Espanha, Juan Carlos Aznar I, quando, durante a 17ª Cúpula Ibero-Americana, com o dedo apontado para Hugo Chávez, presidente da Venezuela, ordenou: "Por que não te calas?”
c) Item Errado – “mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo”. / Alude a um verso do Hino Nacional – "Dos filhos deste solo és mãe gentil".
d) Item Errado – “É a economia, estúpido!”. / É uma intertextualidade explícita – citação do marqueteiro eleitoral americano (James Carville, marqueteiro da campanha de Clinton em 1992).

3. “... e desencadeia o tratamento ríspido contra aqueles que, depois, serão deportados aos magotes.”
A expressão grifada no fragmento acima significa:

A) com violência.
B) contra vontade.
C) em grandes porções.
D) ilegalmente.
E) paulatinamente.

3. Resposta: C – A expressão "aos magotes" significa "em grandes proporções", "em grandes quantidades”.

4. “A advertência famosa, sem a vírgula e com outro substantivo, fornece a mais completa explicação para o quadro atual: é o capitalismo estúpido.” O trecho em destaque refere-se à frase “É a economia, estúpido!”, pronunciada por um marqueteiro eleitoral americano. Além de aspectos semânticos, a retirada da vírgula produz o seguinte efeito sintático:

A) “capitalismo” passa a ser objeto direto.
B) “estúpido” deixar de ser vocativo.
C) “capitalismo estúpido” passa a ser uma oração.
D) “estúpido” passa ser o núcleo da expressão.
E) “estúpido” deixa de ser sujeito.

4. Resposta: B – Na frase do texto – “É a economia, estúpido!” –, o termo "estúpido" é vocativo, ou seja, é o ser a quem se dirige o marqueteiro. Significa que o marqueteiro chama o interlocutor de estúpido. Caso a vírgula fosse retirada, o vocábulo "estúpido" passaria a ser adjunto adnominal, termo que caracterizaria o substantivo "capitalismo.

5. “O buraco é mais embaixo.”
Na frase acima, observa-se o uso do (a):

A) sentido real.
B) denotação.
C) linguagem formal.
D) prosopopeia.
E) conotação.

5. Resposta: E – A frase “O buraco é mais embaixo” está usada em sentido conotativo, ou seja, sentido figurado, com o significado de "O problema é mais profundo do que aparenta ser".

Comentário:

a) Item Errado – A palavra não está usada em sentido real, mas figurado.
b) Item Errado – Denotação é o sentido real, comum dos dicionários. A frase está em sentido conotativo, e não, denotativo.
c) Item Errado – A linguagem formal é aquela que obedece à norma culta prescrita na gramática; informal ou coloquial é a linguagem popular, usada no dia a dia, não observando fielmente a norma culta. A frase está usada em linguagem informal.
d) Item Errado – Prosopopeia é a atribuição de características humanas aos animais e aos seres inanimados. Exemplo: A noite está triste. Na frase em questão não ocorre prosopopeia.

6. “Na Espanha, neste momento, a economia vai mal. (...)
“No Brasil, neste momento, a economia vai bem.”
Há na passagem acima um(a):

A) metonímia.
B) elipse.
C) eufemismo.
D) antítese.
E) hipérbole.

6. Resposta: D – Antítese é a utilização de termos ou ideias opostas. O termo "mal", presente na primeira frase, opõe-se a "bem", que está no segundo período.

Comentário:

a) Item Errado – Metonímia: “Alteração do sentido natural das palavras pelo emprego da causa pelo efeito: Apresento-lhe meu trabalho (livro); do continente pelo conteúdo: Tal era sua fome que ele comeu dois pratos; do lugar pelo produto; Serviram um velho bordéus (vinho de Bordéus); do abstrato pelo concreto: Não se menospreze a realeza (o rei); do sinal pela coisa significada: Levaram longe a cruz (a religião) etc., ou vice-versa, isto é, o emprego dessas expressões em sentido inverso”. (Dicionário Michaelis)
b) Item Errado – Elipse: omissão de uma palavra facilmente subentendida pelo contexto. Exemplos: o quarto estava desarrumado: pelo chão, livros e cadernos (omitiu-se a forma verbal “havia”). / Viajamos ontem (omitiu-se o pronome “nós”, identificável pela desinência do verbo).
c) Item Errado – eufemismo = Eufemismo: substituição de palavras fortes por outras mais suaves. Exemplo: Ele faltou com a verdade (em lugar de “morreu”).
e) Item Errado – Hipérbole: exagero da realidade com finalidade de intensificação. Exemplo: Ganhou rios de dinheiro (= muito dinheiro)

7. “O país é um continente imenso e pleno de riquezas, não está abalado por guerra ou catástrofe natural...”
A acentuação do vocábulo “país” justifica-se pela mesma regra segundo a qual é acentuada a seguinte palavra do texto:

A) substituída.
B) ríspido.
C) dúvida.
D) já.
E) território.

7. Resposta: A – Em “país” e “substituída”, o “i” acentua-se porque é tônico, forma hiato com a vogal anterior e está sozinhos (pa-ís) ou seguido de “s” (subs-ti-tu-í-da).

Comentário:

b) Item Errado – ríspido / proparoxítona.
c) Item Errado – dúvida / proparoxítona.
d) Item Errado – já / monossílabo tônico terminado em A.
e) Item Errado – território / paroxítona terminada em ditongo.

8. O vocábulo grifado só NÃO é pronome relativo em:

A) “... e desencadeia o tratamento ríspido contra aqueles que, depois, serão deportados aos magotes.”
B) “... diante do crescimento avassalador do número de brasileiros que buscam na Europa trabalho e sobrevivência.”
C) “... Até parece que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo...”
D) “... são as mesmas que lhes fecham as portas na Espanha.”
E) “Logo, a vista grossa que faziam antes, no surto de crescimento...”

8. Resposta: C – O conectivo que é conjunção integrante quando introduz orações substantivas. Modo prático: que (ou se) + oração = ISSO > conjunção integrante. Exemplo: Desejo que tenhas sucesso (= Desejo ISSO; ISSO = oração objetiva direta = objeto direto). / Em “... Até parece que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo...”, "que" é conjunção integrante. Vejamos: "Até parece que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo...” = Até parece ISSO; ISSO = oração subjetiva = sujeito.

Comentário: O "que" é pronome relativo quando substitui um termo anterior de natureza substantiva (substantivo, pronome substantivo e numeral substantivo) e equivale a "o qual" e flexões".

a) Item Errado – “... e desencadeia o tratamento ríspido contra aqueles que (= os quais), depois, serão deportados aos magotes.” / que = os quais; substitui o pronome "aqueles".
b) Item Errado – “... diante do crescimento avassalador do número de brasileiros que (= os quais) buscam na Europa trabalho e sobrevivência.” / que = os quais; substitui o substantivo "brasileiros".
d) Item Errado – “... são as mesmas que (= as quais) lhes fecham as portas na Espanha.” / que = as quais; substitui o pronome "as mesmas".
e) Item Errado – “Logo, a vista grossa que (a qual) faziam antes, no surto de crescimento...” / que = a qual; substitui o sintagma nominal "a vista grossa".

9. “A fala do senhor embaixador, embora inaceitável, nos remete para o “x” do problema.”
O vocábulo grifado pode ser substituído, mantendo o sentido original do texto, por:

A) visto que.
B) ainda que.
C) porque.
D) se.
E) quando.

9. Resposta: B – O vocábulo "embora" é uma conjunção concessiva e equivale a "ainda que".

Comentário:

a) Item Errado – visto que = porque > conjunção causal ou explicativa;
c) Item Errado – porque = visto que > conjunção causal ou explicativa;
d) Item Errado – se = caso > conjunção condicional;
e) Item Errado – quando > conjunção temporal.

10. Só faltou agregar, em estilo real, o “porque não te calas!”.
No fragmento acima, o emprego das aspas é feito para:

A) indicar a citação de uma fala.
B) assinalar o discurso direto do autor.
C) revelar a falta de coerência das autoridades.
D) fragmentar o discurso do autor.
E) marcar a referência a uma idéia corrente.

10. Resposta: A – As aspas, no texto, demarcam o início e o fim de uma citação – a reprodução da fala do rei da Espanha.

Atenção: As questões a seguir foram adaptadas de outras provas da FUNRIO.

11. "O capitalismo puro e duro da supremacia financeira é um ponto de inflexão no processo civilizatório.". (l. 41-420)
No período acima, o predicado classifica-se como nominal. Assinale a opção em que o predicado também é nominal.

A) "O buraco é mais embaixo.". (l.14-15)
B) "Estamos, ao lado dos irmãos africanos e latinos, na lista dos indesejados.". (l. 21-22)
C) "O país é um continente imenso e pleno de riquezas,". (l. 28-29)
D) "No regime que eles inventaram,". (l. 42-43)
E) "A advertência famosa, sem a vírgula e com outro substantivo, fornece a mais completa explicação para o quadro atual:". (l. 54-55)

11. Resposta: C – Em "O capitalismo puro e duro da supremacia financeira é um ponto de inflexão no processo civilizatório.", há predicado nominal visto que seu núcleo é um nome (= ponto). Modo prático: sujeito (= O capitalismo puro e duro da supremacia financeira) + verbo de ligação (= é) + predicativo do sujeito (= um ponto de inflexão no processo civilizatório) > predicado nominal. Também existe predicado nominal na frase da alternativa C, pois o núcleo é um nome (= continente). Modo prático: sujeito (= O país) + verbo ser (= é) + predicativo do sujeito (= um continente imenso e pleno de riquezas).


Comentário:

a) Item Errado – Predicado verbal: "O buraco é mais embaixo.". / O núcleo do predicado verbal é um verbo de caráter significativo. Como o verbo "ser" não está seguido de predicativo do sujeito ("mais embaixo" = adjunto adverbial de lugar), trata-se de verbo intransitivo. Assim teremos predicado verbal. Modo pratico: SER (e sinônimos contextuais) + adjunto adverbial (desde que não haja predicativo do sujeito) = Predicado verbal.
b) Item Errado – Predicado verbal: "Estamos, ao lado dos irmãos africanos e latinos, na lista dos indesejados.". / O verbo "estar" não vem acompanhado de predicativo ("ao lado dos irmãos africanos e latinos" e "na lista dos indesejados" = adjuntos adverbiais).
d) Item Errado – Predicado verbal: "No regime que eles inventaram,". / O núcleo do predicado verbal é um verbo de caráter significativo ("inventar" = verbo transitivo direto).
e) Item Errado – Predicado verbal: "A advertência famosa, sem a vírgula e com outro substantivo, fornece a mais completa explicação para o quadro atual:". / O núcleo do predicado verbal é um verbo de caráter significativo ("fornecer" = verbo transitivo direto).

Observações:

1. Predicado nominal = sujeito + verbo de ligação (“ser” e sinônimos) + predicativo do sujeito). Exemplo: O garoto (=sujeito) era (verbo “ser”) simpático (= predicativo do sujeito).
2. Predicado verbal = verbo significativo (verbo transitivo direto / verbo transitivo indireto / verbo transitivo direto e indireto, verbo intransitivo – não há predicativo).
Exemplos: Você sorriu alegremente (“sorrir” = verbo intransitivo) / Ele comprou livros (“comprar” = Verbo transitivo direto).
3. Predicado verbo-nominal = (predicado verbal + predicado nominal) – verbo transitivo ou intransitivo + predicativo – estado).
Exemplos: Você achou (“achar” = verbo transitivo direto) simpático (simpático = predicativo do objeto direto) o garoto (“o garoto” = objeto direto). / Ele chegou (“chegar = verbo intransitivo) aborrecido (aborrecido = predicativo do sujeito).

12. No fragmento “O país é um continente imenso e pleno de riquezas” (l.28-29), a expressão sublinhada é:

A) objeto direto.
B) objeto indireto.
C) complemento nominal.
D) adjunto adverbial.
E) agente da passiva.

12. Resposta: C – A expressão “de riquezas” é complemento nominal do adjetivo “pleno”.

13. No fragmento "O cidadão brasileiro se enche de indignação e tristeza" (l.1), a expressão sublinhada é:

A) objeto direto.
B) objeto indireto.
C) complemento nominal.
D) adjunto adverbial.
E) agente da passiva.

13. Resposta: B – A expressão “de indignação e tristeza” é objeto indireto, pois o verbo “encher”, pronominal, é transitivo indireto (quem se enche, enche-se de algo).

14. "A advertência famosa, sem a vírgula e com outro substantivo, fornece a mais completa explicação para o quadro atual: é o capitalismo estúpido.".
O termo “sem a vírgula e com outro substantivo” traz à oração o sentido de:

A) companhia.
B) instrumento.
C) causa.
D) modo.
E) consequência.

14. Resposta: D – O termo “sem a vírgula e com outro substantivo” é adjunto adverbial de modo. (De que modo (ou Como) a advertência famosa fornece a mais completa explicação para o quadro atual? – sem a vírgula e com outro substantivo.)

15. "Logo, a vista grossa que faziam antes, no surto de crescimento, para a entrada de mão de obra barata foi substituída pelo rigor da deportação dos indesejados.". (L.57-6)
A expressão "pelo rigor" é:

A) agente da passiva.
B) adjunto adverbial de causa.
C) adjunto adverbial de meio.
D) adjunto adnominal.
E) complemento nominal.

15. Resposta: A – A expressão "pelo rigor" é agente da passiva, ou seja, é o complemento do verbo na voz passiva (é o agente da ação verbal). Observemos que o verbo “substituir” está na voz passiva analítica (verbo “ser” + particípio de “substituir”).

16. No trecho "é o capitalismo estúpido." (l.55-56), o vocábulo "econômico" acentua-se por se proparoxítono.
A única opção cujas palavras precisam receber acento gráfico por serem todas proparoxítonas é:

A) batavo – bavaro – perito – misantropo.
B) arquetipo – mequetrefe – filantropo – acrobata.
C) omega – interim – zenite – improbo.
D) rubrica – crisantemo – hieroglifo – ibero.
E) azafama – algaravia – pudico – levedo.

16. Resposta: C – Os vocábulos “ômega”, “ínterim”, “zênite” e “ímprobo” são todos proparoxítonos.

Comentário:

a) Item Errado – Somente se acentua “bávaro” = proparoxítono; os demais vocábulos não se acentuam, visto serem paroxítonos terminados em O: batavo, perito e misantropo.
b) Item Errado – Acentua-se obrigatoriamente “arquétipo” = proparoxítono; acentua-se facultativamente “acrobata”: “acróbata” (proparoxítono) ou “acrobata” (paroxítono terminado em A); os demais vocábulos não são acentuados, uma vez que são paroxítonos terminados, respectivamente, em E e O: mequetrefe e filantropo.
d) Item Errado – Acentuam-se opcionalmente “crisantemo” e “hieróglifo”: “crisântemo” / “hieróglifo” (proparoxítonos) ou “crisantemo” / “hieróglifo” (paroxítonos terminado em O); os vocábulos “rubrica” e “ibero” não são acentuados, pois são paroxítonos terminados em O: rubrica / ibero.
e) Item Errado – Acentuam-se obrigatoriamente “azáfama” e “lêvedo” = proparoxítonos; os demais vocábulos não são acentuados, uma vez que são paroxítonos terminados, respectivamente, em A e O: algaravia e pudico. Observação: A forma “levedo”, paroxítona, faz parte da linguagem informal.

17. "Na Espanha, neste momento, a economia vai mal. Logo, a vista grossa que faziam antes, no surto de crescimento, para a entrada de mão de obra barata foi substituída pelo rigor da deportação dos indesejados.". (l.47-50)
No trecho acima o elemento coesivo "Logo" tem a função de:

a) oposição.
b) condição.
c) temporalidade.
d) explicação.
e) conclusão.

17. Resposta: D – O conectivo “Logo”, equivalente a “portanto”, expressa uma consequência lógica da premissa “Na Espanha, neste momento, a economia vai mal”. Em outras palavras: O fato de, na Espanha, a economia ir mal leva-nos à conclusão de que “a vista grossa que faziam antes, no surto de crescimento, para a entrada de mão de obra barata foi substituída pelo rigor da deportação dos indesejados”.

18. No trecho "não está abalado por guerra ou catástrofe" (l.29), o sentido do prefixo grego está contido no vocábulo:

A) introdução.
B) demitir.
C) regredir.
D) demolir.
E) hipotenusa.

18. Resposta: D – Em “catástrofe" e em “demolir” os prefixos destacados possuem o mesmo sentido: “movimento de cima para baixo”.

Comentário: Vejamos o sentido dos prefixos das palavras abaixo:

a) Item Errado – introdução: movimento para dentro;
b) Item Errado – demitir: movimento de dentro para fora;
c) Item Errado – regredir: movimento para trás;
e) Item Errado – hipotenusa: posição inferior, debaixo.

19. "Medidas necessárias para dar alguma satisfação, mas de eficácia duvidosa, pois apenas tangenciam o problema". (l.13-14)
Os conectivos sublinhados só não poderiam ser substituídos adequadamente por:

A) contudo e porquanto.
B) porém e dado que.
C) entretanto e visto que.
D) no entanto e uma vez que.
E) no entretanto e já que.

19. Resposta: E – Os conectivos “mas” e “pois” expressam, respectivamente “oposição” e causa”. Assim acontece com todos os demais conectivos das alternativas; a exceção é “no entretanto”, forma inexistente.

20. "Diante de tal reação, até o governo ensaiou providências: alguma retaliação e busca de reciprocidade.".
A função textual da vírgula e dos dois pontos dessa frase é separar, respectivamente:

A) a oração adverbial e o aposto.
B) o adjunto adverbial e o aposto.
C) o adjunto adverbial e o vocativo.
D) a oração adverbial e a enumeração.
E) o acessório e o enfático.

20. Resposta: C – Em "Diante de tal reação, até o governo ensaiou providências: alguma retaliação e busca de reciprocidade.", a primeira vírgula isola o adjunto adverbial deslocado “Diante de tal reação”; os dois pontos introduzem o aposto enumerativo “alguma retaliação e busca de reciprocidade”. Notemos que “alguma retaliação e busca de reciprocidade” é aposto, dado que esclarecem o sentido do vocábulo “providências”.

21. No fragmento "número de brasileiros que buscam na Europa trabalho e sobrevivência", (l.20-21) a oração destacada pode ser classificada como oração:

A) subordinada substantiva subjetiva.
B) subordinada adjetiva explicativa.
C) subordinada adjetiva restritiva.
D) subordinada substantiva objetiva direta.
E) subordinada substantiva completiva nominal.

21. Resposta: B – No fragmento "número de brasileiros que buscam na Europa trabalho e sobrevivência", a oração destacada pode ser classificada como oração subordinada adjetiva restritiva: é iniciada pelo pronome relativo que; limita o antecedente “brasileiros” (= somente os brasileiros que buscam na Europa trabalho e sobrevivência).

Comentário: Comentário: As orações adjetivas são introduzidas por pronome relativo (que, o qual, quem, cujo, onde, etc.); esclarecem o sentido de um termo anterior (substantivo ou pronome substantivo); exercem a função sintática de adjunto adnominal. Classificam-se em explicativas e restritivas. As explicativas, separadas por vírgulas, travessões ou parênteses, acrescentam uma característica de caráter acessório ao antecedente, sendo, portanto, dispensáveis. As restritivas, sem vírgulas, limitam o sentido do antecedente; são imprescindíveis ao sentido da frase. Vejamos a diferença de sentido entre as frases a seguir: “Os alunos, que são disciplinados, foram elogiados pelo diretor”. / “Os alunos, que são disciplinados, foram elogiados pelo diretor”. Na primeira frase, todos os alunos são disciplinados e foram elogiados pelo diretor (explicativa); na segunda, alguns alunos não são disciplinados, e somente foram elogiados pelo diretor os disciplinados (restritiva).

22. No trecho "Até parece que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo" (l.26-27), a oração sublinhada pode ser classificada como oração:

A) subordinada substantiva subjetiva.
B) subordinada adjetiva explicativa.
C) subordinada adjetiva restritiva.
D) subordinada substantiva objetiva direta.
E) subordinada substantiva completiva nominal.

22. Resposta: A – A oração “que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo”, correspondente ao termo ISSO, é subordinada substantiva, já que exerce a função de um substantivo, completando o sentido da oração principal (= sujeito): Até parece que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo = Até parece ISSO = ISSO (sujeito) até parece (ISSO = sujeito, então “que a mãe gentil já não abriga mais os filhos deste solo” = oração subordinada substantiva subjetiva.)

23. A coesão textual é obtida pelo uso de vários recursos, dentre eles o apelo aos chamados recursos anafóricos, que retomam termos ou expressões anteriormente mencionados.
Das alternativas abaixo, todas presentes no texto de Léo Lince, assinale a opção em que se ausenta termo anafórico.

A) A simples exibição do passaporte brasileiro, a julgar pelo relato dos vitimados, (...)". (l.4-5)
B) "Diante de tal reação, até o governo ensaiou providências:(...). (l.11-12
C) "são as mesmas que lhes fecham as portas na Espanha.". (l.40-41)
D) "(...) são as prioridades máximas do horror econômico que nos governa a todos.(l.45-46)
E) "Na Espanha, neste momento, a economia vai mal.". (l. 47)

23. Resposta: E – Em "Na Espanha, neste momento, a economia vai mal.", a expressão “neste momento” é dêitica, uma vez que sua significação depende do contexto situacional. Em outras palavras: para sabermos a que se refere “neste momento”, precisamos saber quando foi escrito o texto.

Comentário: Os vocábulos sublinhados abaixo são anafóricos, já que retomam termos anteriores:

a) Item Errado – “A simples exibição do passaporte brasileiro, a julgar pelo relato dos vitimados, (...)". / A expressão “os vitimados” retoma “compatriotas nossos” (l.1).
b) Item Errado – "Diante de tal reação, até o governo ensaiou providências: (...). / O termo “tal reação” refere-se a “onda de protestos” (l. 8).
c) Item Errado – "(...) são as mesmas que lhes fecham as portas na Espanha.". / O pronome “lhes” recupera a expressão “os jovens pobres” (l. 39).
d) Item Errado – "(...) são as prioridades máximas do horror econômico que nos governa a todos.”. / O pronome relativo “que” (= o qual) substitui a expressão “o horror econômico” (l. 45).

Observações:

1. Catáfora (catafórico): o termo antecipa palavra ou expressão posterior. Exemplo: Esta é a minha melhor idéia: relerei toda a obra de José Saramago (O termo "Esta" refere-se ao que vai ser dito - a releitura de toda a obra de José Saramago).

2. Anáfora (anafórico): o termo retoma palavra ou expressão anterior. Exemplo: José saiu. Vi-o na praça (o pronome "o" recupera o termo "José").

3. Dêitico: O termo não se refere a palavra ou expressão expressa no texto, mas a uma realidade extralinguística, ou seja, o significado da palavra depende do contexto situacional. Exemplo: Como aqui está um dia lindo, agora eu vou com você à praia. / Fora do contexto, não sabemos a quem se referem os termos destacados. Observemos que "aqui" refere-se ao lugar em que foi produzido o texto; "agora" é o momento em que o enunciador fala; "eu" é aquele que fala (o produtor do texto); "você" é a pessoa a quem o "eu" se dirige.

24. Na frase “A simples exibição do passaporte brasileiro, a julgar pelo relato dos vitimados, funciona como senha para o alerta policial e desencadeia o tratamento ríspido contra aqueles que, depois, serão deportados aos magotes", oração sublinhada expressa:

A) tempo.
B) causa.
C) oposição.
D) consequência.
E) condição.

24. Resposta: C – A oração reduzida de infinitivo “a julgar pelo relato dos vitimados” indica condição (corresponde a “caso julguemos pelo relato dos vitimados”), isto é, o julgamento pelo relato dos vitimados é condição necessária para que cheguemos à inferência de que a “simples exibição do passaporte brasileiro funciona como senha para o alerta policial e desencadeia o tratamento ríspido contra aqueles que, depois, serão deportados aos magotes”.

25. Na frase “O embaixador da Espanha no Brasil, com sua barba de Quixote e pança de Sancho, não julga ser o caso de pedir desculpas.”, a oração sublinhada pode ser classificada como oração:

A) coordenada explicativa.
B) subordinada adjetiva explicativa.
C) subordinada adjetiva restritiva.
D) subordinada substantiva objetiva direta.
E) subordinada substantiva completiva nominal.

25. Resposta: D – A oração “ser o caso de pedir desculpas”, reduzida de infinitivo, correspondente ao termo ISSO, é subordinada substantiva, já que exerce a função de um substantivo, completando o sentido da oração principal: não julga ser o caso de pedir desculpas (ser o caso de pedir desculpas = ISSO > objeto direto – completa o sentido do verbo”julgar”).

26. "Diante de tal reação, até o governo ensaiou providências: alguma retaliação e busca de reciprocidade." O processo de formação da palavra ‘busca’ chama-se:

A) regressiva.
B) prefixal.
C) abreviação.
D) sufixação.
E) imprópria.

26. Resposta: A – O vocábulo “busca” é formado por derivação regressiva: busca – é a eliminação de ele¬mentos da palavra primitiva (buscar (verbo) > choro (substantivo).

27. “A simples exibição do passaporte brasileiro, a julgar pelo relato dos vitimados, funciona como senha para o alerta policial e desencadeia o tratamento ríspido contra aqueles que, depois, serão deportados aos magotes.”. (l. 4-7)
Os termos destacados são respectivamente:

A) complemento nominal e adjunto adverbial.
B) adjunto adnominal e adjunto adnominal.
C) adjunto adnominal e complemento nominal.
D) complemento nominal e complemento nominal.
E) complemento nominal e adjunto adnominal.

27. Resposta: E – A expressão “do passaporte brasileiro” é complemento nominal (paciente); “do passaporte brasileiro” corresponde ao sujeito da voz passiva: A simples exibição do passaporte brasileiro = o passaporte brasileiro é exibido. / O sintagma “dos vitimados” é adjunto adnominal (agente); “dos vitimados” corresponde ao sujeito da voz ativa: o relato dos vitimados = os vitimados relataram.

Observações: Complemento nominal ou adjunto adnominal preposicionado?

Será sempre complemento nominal se a expressão regida de preposição estiver ligada a adjetivo ou advérbio.
filme impróprio (adjetivo) para menores (c.n.)
relativamente (advérbio) ao livro (c.n.)

02. Será sempre complemento nominal se a expressão ligada a substantivo abstrato estiver precedida de qualquer preposição, desde que não seja de.
respeito (substantivo abstrato) às leis (c.n.)
amor(substantivo abstrato) pelo trabalho (c.n.)

03. Será sempre adjunto adnominal se a expressão preposicionada estiver ligada a substantivo concreto.
Casa (substantivo concreto) de pedra (a.a.)
Livro (substantivo concreto) do professor (a.a.)
Cadeira (substantivo concreto) de balanço (a.a.)

Observação: Pelos exemplos dados, só nos resta uma dúvida:quando temos a preposição de, e a expressão se liga a substantivos abstratos.

Adjunto adnominal – é agente. Corresponde ao sujeito da voz ativa. É uma locução adjetiva.
Complemento nominal – é paciente. Corresponde ao objeto (= sujeito da passiva). É o alvo (o destino) da declaração expressa pelo nome, isto é, o sujeito que recebe a ação.

a venda da casa (c.n.) – (= vender a casa (o.d.) = a casa é vendida – sujeito paciente)
a venda do proprietário (a.a.) – (= o proprietário vende – sujeito agente)
procura do saber (c.n.) – (= procurar o saber (o.d.) – (= o saber é procurado – s. paciente)
eleição do diretor (c.n.) – (= eleger o diretor (o.d.) – (= o diretor é eleito – s. paciente)
o aviso do diretor(a.a.) – (= o diretor avisa – sujeito agente)
têm necessidade de ajuda (c.n.) – (= necessitar de ajuda (o.i.) – ajuda é o alvo da ação)
Observe a necessidade do homem. (a.a.) – (= o homem tem necessidade – suj. agente)

(Gramática essencial para concursos. Henrique Nuno Fernandes)

28. "O cidadão brasileiro se enche de indignação e tristeza ao ler nos jornais o calvário de compatriotas nossos, humilhados e ofendidos em terra estrangeira, como atesta o noticiário recente sobre episódios acontecidos no aeroporto de Madri."
A oração sublinhada indica:

A) tempo.
B) condição.
C) causa.
D) consequência.
E) conformidade.

28. Resposta: A – A oração “ao ler nos jornais o calvário de compatriotas nossos, humilhados e ofendidos em terra estrangeira”, reduzida de infinitivo, indica tempo; equivale a “quando lê nos jornais o calvário de compatriotas nossos, humilhados e ofendidos em terra estrangeira”.

29. "O cidadão brasileiro se enche de indignação e tristeza ao ler nos jornais o calvário de compatriotas nossos, humilhados e ofendidos em terra estrangeira, como atesta o noticiário recente sobre episódios acontecidos no aeroporto de Madri."

A oração sublinhada expressa: A oração sublinhada expressa:

A) tempo.
B) condição.
C) causa.
D) consequência.
E) conformidade.

29. Resposta: E – A oração “como atesta o noticiário recente sobre episódios acontecidos no aeroporto de Madri” indica conformidade (como = conforme > adverbial conformativa.); indica um acordo entre o fato que denota e a ação do verbo da oração principal: a ação expressa pelo verbo da oração principal (= a declaração de que o “cidadão brasileiro se enche de indignação e tristeza ao ler nos jornais o calvário de compatriotas nossos, humilhados e ofendidos em terra estrangeira”) aconteceu de acordo com (= em concordância com) “atesta o noticiário recente sobre episódios acontecidos no aeroporto de Madri”.

30. “As razões pelas quais os jovens pobres estão sendo arremessados para fora do
Brasil são as mesmas que lhes fecham as portas na Espanha”.
A respeito da frase acima:

A) É um período simples.
B) É um período composto por coordenação.
C) É um período composto por subordinação.
D) É um período composto por coordenação e por subordinação.
E) É um período composto por formado por quatro orações.

30. Resposta: C – O período é composto por subordinação (possui três orações): 1ª – As razões são as mesmas = oração principal; 2ª – pelas quais os jovens pobres estão sendo arremessados para fora do Brasil = oração subordinada adjetiva restritiva (é iniciada pelo pronome relativo “as quais”, sem vírgulas); 3ª – que lhes fecham as portas na Espanha = oração subordinada adjetiva restritiva (é iniciada pelo pronome relativo “que”, sem vírgulas).